“Temos de ser xiitas com o centro da meta sempre”, diz diretor do BC

Bruno Serra considera que, se o consenso de projeções do mercado começar a se descolar da meta de inflação para 2022, o BC erá que mudar a sua reação

Estadão Conteúdo

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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, descartou nesta sexta-feira que o BC busque uma “gordura” na política monetária e busca sempre o centro da meta de inflação no horizonte relevante. “Temos de ser xiitas com o centro da meta sempre. Ganhar gordura deliberadamente não é a nossa missão aqui no BC”, afirmou, em videoconferência organizada pelo Credit Suisse.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic duas vezes em 0,75 ponto porcentual nas últimas duas reuniões. Com isso, a taxa está atualmente em 3,50% ao ano. O colegiado já sinalizou nova alta de 0,75 p.p. em junho, para 4,25% ao ano, mantendo a avaliação de que o ajuste na Selic deve ser “parcial”.

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Serra considerou que, se o consenso de projeções do mercado começar a se descolar da meta de inflação para 2022, o BC terá que mudar a sua reação. “Não há nada de errado nisso. Se os modelos mostrarem que a inflação está subindo muito para 2022, teremos que passar para um ajuste total ou maior que o total”, completou.

O diretor repetiu que o que fez inflação de 2021 estar onde está é movimento de commodities, sem valorização do real em relação ao dólar. “Já começamos a ver projeções de superávit em conta corrente bastante robustos.

O Brasil também está ficando muito barato. Diversas moedas, como peso chileno e colombiano, também não seguiram valorização de commodities”, apontou.

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Para Serra, ainda assim o cenário para frente deve ser de melhora. “O risco país está explicando que o fiscal no Brasil piorou mais que o outros emergentes. Isso já está no preço. Será necessário uma novidade ruim adicional para piorar o cenário”, argumentou. “Se houver descolamento de expectativas, BC vai colocar no modelo e reagir”, repetiu.