Taxa de desemprego no trimestre encerrado em janeiro fica em 8,4%, acima da previsão de 8,3%

Taxa do período de novembro a janeiro é a menor desde 2015; na comparação com o mesmo trimestre de 2022, houve queda de 2,9 p.p.

Roberto de Lira

(Shutterstock)

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A taxa de desemprego no Brasil ficou em 8,4% no trimestre móvel encerrado em janeiro, praticamente estável em relação à desocupação verificada em outubro (8,3%). Em dezembro, a taxa estava em 7,9%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado ficou um pouco acima do esperado pelo mercado, que previa uma taxa de desocupação de 8,3%, segundo o consenso Refinitiv.

A taxa do período de novembro a janeiro é a menor registrada pelo IBGE desde 2015. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve queda de 2,9 pontos porcentuais.

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O contingente de pessoas desocupadas no trimestre foi de 9,0 milhões, o mesmo do trimestre terminado em outubro, mas com registro de queda de 3 milhões de pessoas na comparação anual, quando havia 12 milhões de pessoas nessa condição.

Para Adriana Beringuy, coordenadora da PNAD Contínua, essa estabilidade ainda pode ser uma repercussão da redução da procura por trabalho nos meses de novembro e dezembro de 2022 sobre o início de 2023.

Beringuy afirma que pelo lado da ocupação, o registro é de queda no trimestre, após uma sequência de expansão do número de trabalhadores nos trimestres móveis de 2022. Já no confronto anual, o contingente de ocupados segue crescendo, com alta de 3,4%.

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“Se pelo lado da desocupação, há uma estabilidade, pelo lado da geração de trabalho o movimento já é de perda de ocupação. Observamos, assim, dois panoramas: em uma análise de mais curto prazo é observada uma queda na formação de trabalho enquanto no confronto com um ano atrás o cenário ainda é de ganho de ocupação”, comparou.

Segundo a coordenadora, entre os setores que mais influenciaram os resultados do trimestre, é possível perceber perda de ocupação das atividades de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, além de Administração pública, educação e saúde.

Rendimentos

O rendimento real habitual cresceu 1,6% no trimestre terminado em janeiro, para R$ 2.835, e teve alta 7,7% na comparação anual. Para Beringuy, entre os setores que influenciaram esse crescimento estão Alojamento e alimentação, Administração pública, saúde e educação e Serviços domésticos.

Desalentados

O contingente de pessoas desalentadas, que fazem parte da força de trabalho potencial e que gostariam de trabalhar, mas que não buscaram trabalho por não entenderam que teriam êxito, foi de aproximadamente 4 milhões no trimestre terminado em janeiro.

Essa estimativa representa uma redução de 5,3%, ou 220 mil pessoas, em relação ao trimestre terminado em outubro de 2022.

Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador apresentou também variação negativa (-16,7%), quando havia no Brasil 4,8 milhões de pessoas desalentadas.