Taxa de desemprego cai novamente, para 7,6% no trimestre encerrado em outubro

O consenso Refinitiv de analistas projetava uma taxa estável de 7,7% em julho; população desocupada chegou a 8,3 milhões de pessoas

Roberto de Lira

Mutirão do emprego

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A taxa média de desemprego no Brasil surpreendeu positivamente e caiu para 7,6% trimestre encerrado em outubro, ante os 7,7% observados em setembro, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (30) pelo IBGE. O nível é o menor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%).

O consenso Refinitiv de analistas projetava uma taxa estável de 7,7% em julho.

A população desocupada chegou a 8,3 milhões de pessoas, menos 261 mil (3,6%) do que no trimestre anterior.

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A população ocupada alcançou 100,2 milhões de pessoas, o maior contingente verificado pelo IBGE desde o início da série histórica, no 1º trimestre de 2012. Esse número é 0,9% maior que no trimestre anterior (uma adição de 862 mil pessoas) e 0,5% maior que o mesmo período de 2022 (mais 545 mil pessoas).

Com isso, o nível da ocupação  – o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – foi estimado em 57,2%, com alta de 0,4 p.p. ante o trimestre de maio a julho. “A população ocupada segue tendência de aumento que já havia sido observada no trimestre anterior”, disse em nota Adriana Beringuy, coordenadora da PNAD do IBGE.

Formais e informais

O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, exceto os trabalhadores domésticos, chegou a 37,4 milhões, o maior contingente desde janeiro de 2015, quando registrou 37,5 milhões. Esse número representa um crescimento de 1,6% em comparação com o trimestre anterior e uma alta de 3% no comparativo interanual.

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Já o número de trabalhadores por conta própria foi de 25,6 milhões de pessoas, um aumento de 1,3% frente ao trimestre anterior. O número de empregados sem carteira no setor privado ficou estável e fechou em 13,3 milhões. “Isso mostra que tanto empregados como trabalhadores por conta própria contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre”, afirmou Beringuy.

Atividades

No recorte dos grupamentos de atividades investigados pela PNAD Contínua, o único grupo com crescimento entre os trimestres foi Transporte, armazenagem e correio, que apresentaram expansão de 3,2%, ou mais 172 mil pessoas. Segundo a pesquisadoras, as demais atividades, de modo geral, retiveram trabalhadores.

Na comparação interanual, entretanto, houve alta em Transporte, armazenagem e correio (5,4%), Alojamento e alimentação (7%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,2%) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%). E apenas uma redução, em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-4%).

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Renda

O rendimento médio real foi estimado em R$2.999, um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 3,9% frente ao mesmo período do ano passado. Uma das explicações, de acordo com Adriana, é a expansão continuada entre ocupados com carteira assinada, posição na ocupação normalmente com rendimentos maiores. “Ou seja, a leitura que podemos fazer é que há um ganho quantitativo, com um aumento da população ocupada, e qualitativo, com o aumento do rendimento médio”, disse.

Acompanhando o aumento do rendimento médio, a massa de rendimento atingiu novamente o maior patamar da série histórica da pesquisa, ao ser estimada em R$ 295,7 bilhões. Frente aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,6%. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2022, uma expansão de 4,7%.

Subutilização e desalentados

A PNAD Contínua também mostrou que a taxa composta de subutilização ficou em 17,6% no trimestre encerrado em outubro de 2023, com uma queda de 2,5 p.p. ante o mesmo trimestre de 2022. Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando fechou em 17,4%.

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Dessa forma, a população subutilizada ficou em 20,1 milhões de pessoas, um recuo de 14% frente ao mesmo período de 2022. Já a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas foi de 5,3 milhões, queda de 14% no ano. A população fora da força de trabalho, por sua vez, foi de 66,8 milhões, um crescimento de 3,2% (mais 2,1 milhões) ante o mesmo tri de 2022.

Já a população desalentada foi de 3,5 milhões, queda de 4,6% ante o trimestre anterior e 17,7% no ano, sendo o menor contingente desde o trimestre encerrado em setembro de 2016, quando foi de 3,5 milhões. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada foi de 3,1%, queda nas duas comparações (0,2 p.p. no trimestre e 0,6 p.p. no ano) e é a menor taxa desde o trimestre encerrado em julho de 2016, quando também marcou 3,1%.