Setor público do Brasil tem déficit primário de R$ 30,3 bilhões em agosto

Dívida Líquida do Setor Público sobe 0,5 ponto porcentual no mês e alcança R$ 5,44 trilhões, ou 58,2% do PIB

Roberto de Lira

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (iStock)

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O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 30,3 bilhões em agosto de 2022, ante superávit de R$ 16,7 bilhões em agosto de 2021, divulgou nesta sexta-feira (30) o Banco Central. O Governo Central apresentou déficit de R$ 49,8 bilhões, e os governos regionais e as empresas estatais, superávits de R$ 18,5 bilhões e de R$ 970 milhões, respectivamente.

O déficit no mês foi maior que o estimado pelo mercado. O consenso Refinitiv apontava para R$ 28,75 bilhões negativos.

Nos doze meses encerrados em agosto, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$ 183,5 bilhões, equivalente a 1,97% do PIB.

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Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$ 35,6 bilhões em agosto de 2022, comparados a R$ 46,5 bilhões em agosto de 2021. Contribuiu para a redução dos juros no período a melhora no resultado das operações de swap cambial (ganho de R$ 11,3 bilhões em agosto de 2022 e perda de R $7,6 bilhões em agosto de 2021).

No acumulado em doze meses até agosto, os juros nominais somam R$ 575,6 bilhões (6,17% do PIB), comparativamente a R$ 335,7 bilhões (4,03% do PIB) nos doze meses até agosto de 2021.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 65,9 bilhões em agosto de 2022. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 392,0 bilhões (4,20% do PIB), elevando-se 0,34 ponto porcentual em relação ao déficit acumulado até julho de 2022.

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Dívida Líquida e Bruta

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), por sua vez, atingiu 58,2% do PIB (R$ 5,4 trilhões) em agosto, elevando-se 0,5 p.p. do PIB no mês. Esse resultado refletiu os juros nominais apropriados (aumento de 0,4 p.p.), o efeito da variação da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (aumento de 0,4 p.p.), o déficit primário (aumento de 0,3 p.p.), e o efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 0,6 p.p.).

Já a dívida bruta (DBGG) – que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 77,5% do PIB (R$ 7,2 trilhões) em agosto de 2022, uma redução de 0,7 p.p. do PIB no mês.