Setor público consolidado tem superávit primário de R$ 99,0 bilhões em janeiro; em 12 meses, superávit chega a 1,24% do PIB

Governo Central e os governos regionais tiveram saldo de R$ 79,4 bilhões e de R$ 21,8 bilhões, enquanto estatais tiveram déficit de R$ 2,2 bilhões

Roberto de Lira

(Shutterstock)

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O resultado primário do setor público consolidado no Brasil foi superavitário em R$ 99,0 bilhões em janeiro, ante um saldo positivo de R$ 101,8 bilhões no mesmo mês de 2022. O Governo Central e os governos regionais registraram superávits respectivos de R$ 79,4 bilhões e de R$ 21,8 bilhões, enquanto as empresas estatais tiveram um déficit de R$ 2,2 bilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo Banco Central.

Em doze meses, o setor público consolidado obteve superávit de R$ 123,2 bilhões, equivalente a 1,24% do PIB e 0,04 ponto porcentual inferior ao superávit registrado em 2022.

Os juros nominais do setor público consolidado somaram R$ 52,3 bilhões em janeiro de 2023, comparativamente a R$ 17,8 bilhões em janeiro de 2022.

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Contribuíram para esse aumento o resultado das operações de swap cambial (ganho de R$ 31,9 bilhões em janeiro de 2022 e de R$ 16,1 bilhões em janeiro de 2023), e a elevação da taxa Selic no período.

No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 621,0 bilhões (6,26% do PIB) em janeiro de 2023, comparativamente a R$ 425,7 bilhões (4,76% do PIB) nos doze meses até janeiro de 2022.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi superavitário em R$ 46,7 bilhões em janeiro. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 497,8 bilhões (5,02% do PIB), ante déficit nominal de R$ 460,4 bilhões (4,68% do PIB) em dezembro de 2022.

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Dívida

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 56,6% do PIB (R$5,6 trilhões) em janeiro, um recuo de 0,9 ponto porcentual do PIB no mês.

Segundo o BC, esse resultado refletiu, sobretudo, os impactos do superávit primário (redução de 1,0 p.p.), do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,5 p.p.), da variação da paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (redução de 0,3 p.p.), da valorização cambial de 2,3% (aumento de 0,3 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,5 p.p.).

A dívida bruta (DBGG) – que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 73,1% do PIB (R$ 7,3 trilhões) em janeiro de 2023, redução de 0,3 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

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Essa evolução no mês decorreu, principalmente, do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,6 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,3 p.p.), do efeito da valorização cambial (redução de 0,1 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.).