Sanofi produzirá mais de 100 milhões de doses de vacina desenvolvida por concorrentes Pfizer e BioNTech

Decisão foi tomada após Sanofi e sua parceira, a britânica GlaxoSmithKline, adiarem sua vacina apenas para o final de 2021

Giovanna Sutto

(Michaela Dusikova/Getty Images)

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SÃO PAULO – A farmacêutica Sanofi produzirá mais de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida por suas concorrentes Pfizer e BioNTech até o final deste ano, afirmou o CEO Paul Hudson ao jornal Le Figaro, em entrevista publicada na terça-feira (26).

No mês passado, a Sanofi e sua parceira, a britânica GlaxoSmithKline, disseram que a vacina que estão desenvolvendo em conjunto mostrou uma resposta imunológica insuficiente em pessoas mais velhas. Por isso, adiaram o lançamento do imunizante para o final de 2021. Com isso, a empresa francesa decidiu abordar a Pfizer para que pudesse “ser útil a partir de agora”, disse Hudson, acrescentando que um acordo com a empresa norte-americana já estava fechado.

Segundo a Reuters, desde que anunciou o atraso de sua vacina, a farmacêutica tem enfrentando pressão para buscar formas de ajudar com imunizantes de outros laboratórios.

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“Como estávamos alguns meses atrasados ​​com a nossa vacina, nos perguntamos como poderíamos nos tornar úteis agora, de que outra forma poderíamos participar do esforço coletivo para sair dessa crise o mais rápido possível. Estudamos as diferentes opções possíveis antes de abordar a Pfizer/BioNTech com a qual assinamos um acordo nesta terça-feira (26)”, disse Hudson ao jornal francês.

A Sanofi começará a envasar as doses da vacina da Pfizer/BioNTech em julho em sua fábrica em Frankfurt, na Alemanha, segundo o Le Figaro. 

Na Sanofi, duas vacinas próprias em andamento

A Sanofi está trabalhando em mais uma candidata à vacina, desta vez com a empresa americana Translate Bio, que usa tecnologia de RNA mensageiro (mRNA). A abordagem é semelhante à feita pela Pfizer e pela BioNTech. Os testes da Fase I da vacina devem começar neste trimestre.

Apesar da decisão de auxiliar na produção da vacina de suas concorrentes, Hudson ressaltou na entrevista ao Le Figaro que a Sanofi continua comprometida com seus dois projetos de vacinas.

Corrida pelas vacinas

A Pfizer e sua parceira alemã BioNTech estão tentando atender à demanda por vacinas ao redor do mundo, junto com outros laboratórios fabricantes de vacinas contra a Covid-19, como AstraZeneca e Sinovac.

O imunizante Pfizer/BioNTech teve eficácia de 90% após a conclusão do estudo preliminar da Fase III. A vacina já está sendo distribuída em países como EUA, Reino Unido, Chile, Suíça, Noruega, Islândia, Alemanha, entre outros.

A expectativa da Pfizer, com base nas projeções atuais, é produzir até 50 milhões de doses da vacina em 2020 e cerca de 1,3 bilhão de doses até o final de 2021. Essa é a capacidade atual da empresa, sem contar com a novidade anunciada pela Sanofi.

Por aqui, a Pfizer segue com o processo regulatório de submissão contínua junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por ora, não tem uma previsão para entrar com o pedido de uso emergencial no Brasil.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.