Rússia acusa EUA de tentar minar secretamente o avanço dos BRICS

Diplomata russo alega que EUA atua nos bastidores para impedir o desenvolvimento do bloco de emergentes, por entender que ele desafia a hegemonia americana

Roberto de Lira

Bandeiras dos Brics (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Publicidade

Os Estados Unidos estão tentando minar secretamente o grupo BRICS das economias emergentes, disse nesta quarta-feira (22) o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov. Segundo a agência de notícias russa Tass, Ryabkov afirmou que Washington não gosta do grupo criado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul porque não pode controlá-lo.

“Os Estados Unidos não gostam de tudo o que está além de seu controle, por isso estão conduzindo um trabalho de bastidores para minar os BRICS”, disse em entrevista. “Tudo o que vai além do modelo de monoliderança e hegemonia americana (…) causa a rejeição de Washington”, reforçou.

O diplomata acusou que, entre os esforços americano para  reduzir a relevância do bloco, estão conspirações de bastidores, interrupção de projetos e complicações de atividades de suas instituições, como o Banco de Desenvolvimento. “Temos nossos próprios canais, mecanismos e formas de cooperação com cada um dos membros do BRICS, que continuam se desenvolvendo apesar da resistência dos EUA”, disse Riabkov.

Continua depois da publicidade

Ele afirmou ainda que os novos países-membros do BRICS estão se encaixando perfeitamente na organização e trabalhando com entusiasmo. “Os países que aderiram à associação expressam grande entusiasmo e grande interesse. Seu objetivo é obter resultados. Não há nenhum sentimento de que estejam causando dificuldades adicionais dentro da associação”, disse.

Segundo o diplomata, a cultura dos BRICS é não ficar atolado em diferenças entre os Estados-membros, mas avançar em uma direção positiva. “Apelaremos a todos os potenciais associados para que deixem de lado os seus problemas, divergências e preocupações relativamente ao comportamento de qualquer outro membro da associação. Não é fácil, mas a nossa experiência mostra que é possível”, disse.

O grupo BRICS teve duas ondas de expansão desde seu surgimento, em 2006. Em 2011, a África do Sul aderiu ao grupo original, que incluía Brasil, Rússia, Índia e China. Em agosto de 2023, seis novos membros, incluindo a Argentina, foram convidados a se juntar à associação. Buenos Aires mudou de ideia no final de dezembro do ano passado, após a eleição do presidente libertário Javier Milei.

Continua depois da publicidade

Os outras cinco recém-chegados – Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia – começaram a trabalhar de pleno direito nos BRICS em 1º de janeiro de 2024.

(Com Reuters)