Reservas em ouro do BC quase dobram em 3 meses

Movimento chama a atenção porque, de novembro de 2012 a abril deste ano, o Banco Central pouco havia alterado o montante das reservas aplicado no metal

Estadão Conteúdo

(Pixabay)

Publicidade

Em movimento iniciado em maio, o Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto, voltou a comprar ouro para estocar nas reservas internacionais do Brasil. Em julho, o BC adquiriu no mercado o equivalente a 8,5 toneladas do metal. Em três meses, as compras já somaram 62,3 toneladas e fizeram as reservas em ouro quase dobrar.

Os dados sobre as reservas mostram que o BC adquiriu 11,9 toneladas do metal em maio – ou 384 mil onças troy, considerando a medida utilizada internacionalmente. Em junho, foram mais 41,8 toneladas (1,344 milhão de onças troy), um recorde para um único mês considerando a série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2000. Em julho, 8,5 toneladas (274 mil onças troy). Em comparação, as 62,3 toneladas compradas nos três meses pesam o mesmo que 16 elefantes asiáticos.

Com as operações, o BC elevou em 92,4% o volume de ouro nas reservas, para 129,7 toneladas. Em dólares, a quantidade de metal subiu 98,5%, para US$ 7,596 bilhões, já considerando a valorização do ativo nos últimos meses.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O movimento chama a atenção porque, de novembro de 2012 a abril deste ano, o BC pouco havia alterado o montante das reservas aplicado em ouro. Nesse período, comandaram a autarquia os economistas Alexandre Tombini, Ilan Goldfajn e o próprio Campos Neto, a partir de 2019.

Seguro

As reservas internacionais, que no fim de julho somavam US$ 355,7 bilhões, funcionam como uma espécie de “seguro” contra crises cambiais. Os recursos são suficientes para cobrir os atuais compromissos do Brasil em dólar e, por isso, o País se coloca hoje como um credor em moeda estrangeira – e não como um devedor.

A maior parte das reservas é formada por títulos conversíveis em dólares e por dólares depositados em bancos centrais de outros países, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco de Compensações Internacionais (BIS). No fim de 2020, essa parcela chegava a US$ 332,0 bilhões, ou 93,4% das reservas. Em comparação, o montante de ouro no fim do ano passado era de US$ 4,101 bilhões, ou 1,2% do total.

Continua depois da publicidade

Ao comprar 62,3 toneladas do metal nos últimos três meses, o BC elevou para US$ 7,596 bilhões a parcela de ouro nas reservas. O ativo corresponde agora a 2,1% do total.

O porcentual ainda não representa uma grande mudança no perfil de alocação dos recursos, mas marca uma diferença de postura do BC de Campos Neto em relação a seus antecessores.

Com a chegada de Campos Neto ao BC, em 2019, surgiram sinais de que a gestão das reservas internacionais poderia mudar, mesmo que pontualmente. Em maio daquele ano, Campos Neto confirmou a jornalistas que havia uma discussão dentro da autarquia sobre a gestão dos ativos. Na ocasião, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, disse que um dos objetivos era rever a eficiência dos instrumentos de reserva, e não discutir os níveis do seguro.

Pandemia. No caso específico do ouro, a pandemia afetou de forma substancial as cotações. Em meio à crise, bancos centrais e empresas de todo o mundo foram em busca do metal como ativo de reserva.

Esse aumento de demanda fez a cotação à vista da onça troy na OTC Metals, nos Estados Unidos, subir de US$ 1.515,12 no fim de 2019 para US$ 1.896,49 no encerramento de 2020. O avanço foi de 25,2%. Este ano, com a continuidade da crise, o BC decidiu ir às compras.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Você pode fazer da Bolsa a sua nova fonte de renda. Inscreva-se, participe gratuitamente do maior evento de Trade do Brasil e aprenda como ganhar dinheiro com ações.