Republicano Jim Jordan fracassa em primeira votação para presidente da Câmara dos EUA

O parlamentar de Ohio, apoiado pelo ex-presidente Donald Trump, obteve 200 votos, menos do que os 217 necessários para conquistar o cargo

Reuters

Jim Jordan (Foto: Drew Angerer/Getty Images)

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WASHINGTON, 17 Out (Reuters) – O combativo republicano de direita Jim Jordan não conseguiu vencer a primeira votação, nesta terça-feira, para garantir o cargo de presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, mas a expectativa era de novas votações que poderiam desgastar seus opositores.

O parlamentar de Ohio, apoiado pelo ex-presidente Donald Trump, obteve 200 votos, menos do que os 217 necessários para conquistar o cargo, uma vez que 20 dos seus colegas republicanos votaram contra ele. Todos os 212 democratas votaram a favor do seu líder, Hakeem Jeffries.

O resultado significa que, por enquanto, a Câmara permanece sem liderança, como ocorre desde que um punhado de republicanos radicais arquitetaram a destituição de Kevin McCarthy do cargo de presidente da Câmara, há duas semanas.

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Isso deixou a Câmara incapaz de responder às guerras no Médio Oriente e na Ucrânia, faltando apenas um mês para o governo dos Estados Unidos enfrentar outro prazo limite para uma possível paralisação parcial.

Não está claro quantos dos oponentes republicanos de Jordan se manterão firmes nas votações subsequentes. McCarthy nunca obteve menos de 200 votos em 15 rodadas de votação durante quatro dias em janeiro.

Se Jordan prevalecer, o parlamentar conservador que passou anos brigando com líderes de seu próprio partido acabará em uma posição que o colocará em segundo lugar na linha para a Presidência.

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“Ele é um patriota, um guerreiro do America First (América Primeiro) que vence as lutas mais difíceis”, disse a deputada republicana Elise Stefanik ao indicar Jordan para o cargo de presidente da Câmara.

Sete republicanos votaram em Steve Scalise, o segundo republicano da Câmara, cuja candidatura para presidente da Câmara fracassou na semana passada, e seis votaram em McCarthy. Três republicanos votaram em Lee Zeldin, que se aposentou do Congresso em janeiro, e os deputados republicanos Tom Cole, Tom Emmer, Thomas Massie e Mike Garcia obtiveram um voto cada.

“Está claro que a bancada republicana ainda está dividida, e estou profundamente preocupado que o caos das últimas semanas só continue se o congressista Jordan se tornar presidente”, disse a deputada Lori Chavez-DeRemer nas redes sociais depois de votar em McCarthy.

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McCarthy e Scalise votaram em Jordan.

Jordan, um dos fundadores do Freedom Caucus (bancada da liberdade) na Câmara, de extrema-direita, tem sido visto, durante grande parte de sua carreira, como uma força divisória no Capitólio, enfrentando tanto republicanos quanto democratas. No entanto, ele ganhou a indicação republicana para presidente da Câmara na última sexta-feira e vem consolidando o apoio de antigos oponentes do partido.

Os republicanos controlam a Câmara por uma margem estreita de 221 cadeiras contra 212 dos democratas, deixando pouca margem de manobra.

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Após a votação, Jordan pôde ser visto no plenário da Câmara conversando com deputados que votaram contra ele.

Novos adversários republicanos poderão surgir se Jordan não conseguir apoio, incluindo Patrick McHenry, que ocupa interinamente a cadeira de presidente da Câmara, e o republicano número 3 da Casa, Tom Emmer.

Os partidários de Jordan dizem que ele seria um defensor eficaz dos cortes de gastos e de outras prioridades republicanas nas negociações com o presidente democrata Joe Biden e o Senado, que também é controlado pelos democratas.

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Os democratas criticaram a candidatura de Jordan, pintando-o como um extremista que receberia ordens do ex-presidente Donald Trump.

O deputado democrata Pete Aguilar disse no plenário da Câmara que a eleição de Jordan mostraria aos inimigos dos Estados Unidos que “as mesmas pessoas que procuram minar a democracia são recompensadas com posições de imenso poder”.

Jeffries tem sugerido um acordo bipartidário que poderia dar mais poderes ao republicano que está ocupando temporariamente a cadeira do presidente da Câmara, de acordo com um democrata que falou sob condição de anonimato.

Jordan tenta o cargo de um ângulo profundamente diferente de outros líderes do Congresso, que normalmente exercem influência arrecadando dinheiro e mantendo seu partido unido.

Presença constante na mídia conservadora, Jordan ampliou as falsas alegações de fraude eleitoral de Trump em 2020. Como presidente do Comitê Judiciário da Câmara, ele está ajudando a liderar um inquérito de impeachment contra Biden que os democratas condenam como infundada.

Ele ajudou a fundar o Freedom Caucus, que o então presidente da Câmara John Boehner apelidou de “terroristas legislativos”. Jordan foi um arquiteto das paralisações do governo federal em 2013 e 2018.

Antes de entrar para a política, Jordan foi técnico de luta livre na Universidade Estadual de Ohio. Em 2018, ex-alunos o acusaram de fazer vista grossa ao abuso sexual de lutadores universitários pelo médico da equipe de luta livre. Ele negou essas alegações e uma investigação da universidade não encontrou provas concretas de que ele sabia do abuso.