Protestos com confrontos marcam fim de semana nos EUA e no Brasil

EUA tiveram novo dia de protestos; por aqui, membros de grupos que participavam de ato em defesa da democracia e apoiadores do governo entraram em confronto

Equipe InfoMoney

Oficiais do Departamento de Polícia de Atlanta e soldados do 3º Batalhão de Infantaria 48ª Equipe de Combate à Brigada de Infantaria ficam lado a lado na Marietta Street, no centro de Atlanta, em 30 de maio de 2020 (Foto: Maj. William Carraway)

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Protestos nos EUA, Europa e Brasil marcaram o fim de semana. No último domingo (31), os manifestantes voltaram às ruas das principais cidades dos Estados Unidos na sexta noite de manifestações no país após a morte de George Floyd, homem negro que foi asfixiado por um policial branco em Minneapolis, nos Estados Unidos.

Apesar do toque de recolher ser decretado em cerca de 25 cidades em 16 estados, os protestos antirracistas estão se espalhando para grandes municípios do país, como Nova York, Seattle, Los Angeles, Chicago, Cleveland, Dallas, Atlanta, entre outras.

Confrontos entre policiais e manifestantes já provocaram a morte de pelo menos cinco pessoas e a prisão de mais de mil.

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Na noite do último sábado, a guarda nacional de Minnesota foi mobilizada para tentar controlar o vandalismo e lançou bombas de gás lacrimogêneo e granadas para dispersar a multidão.

Já no último domingo, novas manifestações se espalharam pelo país; os atos começaram pacíficos mas, ao anoitecer, houve violência em algumas cidades.

No sábado, o presidente americano, Donald Trump, reagiu mais uma vez aos tumultos, classificando a morte de Floyd como uma “tragédia”. Segundo o republicano, ele acabará com os atos realizados por “um pequeno grupo de criminosos, vândalos e anarquistas” que “desonram a memória” da vítima. Para Trump, a violência e vandalismo são o trabalho de antifascistas e outros grupos de extrema esquerda que aterrorizam inocentes, destroem empregos e empresas e queimam prédios.

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O candidato democrata na corrida à Casa Branca, Joe Biden, condenou a violência no país, em um comunicado, mas enfatizou que os atos são um direito da população. “Protestar contra essa brutalidade é correto e necessário. É uma resposta absolutamente americana, mas inflamar comunidades e destruir desnecessariamente não é”, finalizou.

Além dos EUA, no último fim de semana diversas cidades do mundo registraram protestos após a morte de Floyd. Grupos de manifestantes foram às ruas nas capitais da Alemanha e Reino Unido, além de Toronto, no Canadá. Em Berlim, milhares de pessoas protestaram em frente à embaixada americana, enquanto que, em Londres, os grupos gritavam “Justiça por George Floyd”.

Floyd, de 46 anos, morreu na última segunda-feira (25) quando estava sob custódia da polícia de Minneapolis. Ele havia sido preso sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de US$ 20 em um mercado.

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No principal vídeo postado nas redes sociais, de quase 10 minutos, é possível ver Floyd completamente imobilizado pelo agente Derek Chauvin, preso e acusado formalmente de homicídio culposo.

Diversas pessoas que estavam acompanhando a ação, pediam para que o policial branco tirasse o joelho do pescoço da vítima, que relatou por diversas vezes que não estava conseguindo respirar. Quando o homem ficou visivelmente imóvel, uma ambulância chegou e Floyd foi retirado do local. Na versão oficial, Floyd morreu “após um incidente médico durante uma operação policial”.

Manifestações no Brasil

Um protesto contra o fascismo e a favor da democracia foi registrado também no último domingo na avenida Paulista, no centro da cidade de São Paulo. A manifestação foi organizada pelas torcidas organizadas de futebol, entre elas a do Corinthians e do Palmeiras. O ato, que começou pacificamente, terminou com um confronto entre a polícia e os manifestantes próximo à estação Trianon Masp.

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A via estava dividida em dois grupos, que fizeram simultaneamente uma manifestação de apoio e outra contra o governo. A Polícia Militar (PM) lançou bombas de efeito moral e spray de pimenta para separar a confusão.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado informou que houve “briga generalizada na avenida” e que a “PM atuou para impedir o conflito entre os grupos antagonistas”.

Protesto Av. Paulista
Protesto Av. Paulista (Foto: Pam Santos)

De acordo com a secretaria, um homem de 43 anos foi levado para a Santa Casa após ser agredido pelos investigados. A nota informa que cinco pessoas foram detidas e levadas ao 78° Distrito Policial (DP).

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No Rio de Janeiro, manifestantes de posições divergentes entraram em confronto na Avenida Atlântica, na Praia de Copacabana, na manhã do último domingo. De um lado estavam apoiadores do governo federal e que protestavam contra o Supremo Tribunal Federal (STF), vestindo roupas verdes e amarelas e levando bandeiras do Brasil. Na outra pista da avenida, acontecia uma manifestação de um grupo que se autodenominou antifascista, que se vestia de preto, gritava palavras de ordem e carregava faixas contra Bolsonaro. A Polícia Militar usou spray de pimenta e bombas de gás para dispersar os manifestantes.

De acordo, com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar, um policial do 19º Batalhão de Polícia Militar (Copacabana) ficou ferido no rosto, após um manifestante jogar uma garrafa contra a equipe e foi encaminhado para o Unidade de Pronto Atendimento de Copacabana. Ainda conforme a secretaria, duas pessoas foram levadas para a 12ª Delegacia de Polícia.

Bolsonaro vai a ato de apoiadores em Brasília

Também no último domingo, Bolsonaro participou de uma manifestação de apoiadores do seu governo no centro de Brasília. Os manifestantes se concentraram na área em frente ao Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo. Também houve uma carreata que percorreu a Esplanada dos Ministérios.

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Antes de caminhar perto da multidão, o presidente sobrevoou, de helicóptero, a região da Esplanada e da Praça dos Três Poderes, de onde acenou para as pessoas. Um trecho desse momento foi transmitido ao vivo pela página de Facebook oficial de Bolsonaro.

Após o pouso da aeronave, o presidente caminhou pela via em frente ao Palácio do Planalto e cumprimentou os apoiadores. Em um determinado momento, Bolsonaro montou em um cavalo da Polícia Militar do Distrito Federal, acenando para os apoiadores. Em seguida, retornou para o Palácio do Planalto, de onde embarcou novamente no helicóptero para retornar ao Palácio do Alvorada, residência oficial. O presidente e boa parte dos manifestantes não usavam máscara, obrigatória em locais públicos do DF. A multa pelo descumprimento da norma pode chegar a R$ 2 mil.

Vestindo roupas verdes e amarelas, parte dos manifestantes protestou contra o Supremo Tribunal Federal (STF), com faixas e cartazes contendo dizeres como “Abaixo a ditadura do STF” e pedidos de intervenção militar na Corte. Uma operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, cumpriu, na semana passada, mandados de busca e apreensão contra pessoas investigadas por disseminação ilegal de notícias falsas. Em entrevista no dia seguinte ao da operação, o presidente Jair Bolsonaro disse que a ação foi uma forma de censurar as mídias sociais.

No último sábado, o presidente foi de helicóptero para a cidade de Abadiânia (GO), a cerca de 120 quilômetros de Brasília. Ele estava acompanhado do deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, do ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e por um dos seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Na cidade goiana, o presidente parou em uma lanchonete e cumprimentou populares.

(Com Ansa Brasil e Agência Brasil)