Projeções de mais cortes de juros não significam que Fed está com pressa, diz Powell

Presidente do Federal Reserve disse a jornalistas que estimativas do sumário SEP são avaliações do momento, mas reconheceu que mercado de trabalho não é mais fonte de pressão inflacionária

Roberto de Lira

O presidente do Fed, Jerome Powell - 
12/06/2024
(Foto: Evelyn Hocksteinq/Reuters)
O presidente do Fed, Jerome Powell - 12/06/2024 (Foto: Evelyn Hocksteinq/Reuters)

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Apesar de todos os 19 participantes que contribuíram para o sumário de projeções (o SEP) do Federal Reserve colocarem estimativas de mais cortes nas taxa de juros dos EUA neste ano, o presidente do banco central americano), Jerome Powell, insistiu com jornalistas que as próximas decisões serão tomadas a cada reunião, após a avaliação dos dados macroeconômicos do período.

“Não há nada no SEP que sugira que o Comitê esteja com pressa. Esse processo evolui ao longo do tempo”, afirmou reforçando que os dados no famoso gráfico de pontos do Fed são uma projeção de base. Ou seja, pode ser que a opção seja por ir mais devagar ou fazer uma pausa [nos cortes]. “Novamente, eu apontaria para o SEP apenas como uma avaliação do que o comitê está destacando hoje”, afirmou.

Sobre a redução de 0,50 p.p. nas taxas anunciada hoje, Powell destacou que era preciso recalibrar a postura política monetária do ponto onde se encontrava desde o ano passado, quando a inflação estava alta e o desemprego baixo, para um ponto mais apropriado, “dado onde estamos agora e onde esperamos ficar”.

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Em sua apresentação após a decisão de juros, Powel declarou que a economia dos EUA está forte no geral e que fez progressos significativos em direção às metas nos últimos 2 anos. “O mercado de trabalho esfriou de seu estado anteriormente superaquecido. A inflação diminuiu substancialmente de um pico de 7% para uma estimativa de 2,2% em agosto. Estamos comprometidos em manter a força da nossa economia apoiando o emprego máximo e retornando a inflação para nossa meta de 2%”, disse.

“O crescimento nominal dos salários diminuiu e a lacuna entre empregos e trabalhadores recuou. No geral, um amplo conjunto de dados sugere que as condições no mercado de trabalho estão agora menos apertadas do que antes da pandemia em 2019”, listou para explicar porque não considera o mercado de trabalho como uma fonte de pressões inflacionárias elevadas.