Produção industrial cresce acima do esperado em março, mas fecha trimestre em queda

Alta de 0,3% ficou acima do consenso Refinitiv (0,1%), mas indicador ainda acumula queda de 4,5% em 2022 e recua 2,1% na comparação anual

Lucas Sampaio

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A produção industrial cresceu 0,3% em março na comparação com fevereiro na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (3), mas ainda recua 4,5% no ano.

O resultado veio acima das projeções do mercado, que apontavam uma alta de 0,1% em março segundo o consenso Refinitiv, e houve crescimento da produção em 3 das 4 categorias econômicas e em 14 dos 26 ramos pesquisados.

Apesar da alta na comparação com fevereiro, a produção industrial acumulou queda de 4,5% no primeiro trimestre e recua 2,1% na comparação com o mesmo mês de 2021 — oitava taxa negativa consecutiva nesta base de comparação.

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No acumulado em 12 meses, os dados da PIM (Pesquisa Industrial Mensal) apontam alta de 1,8%, mas a intensidade do crescimento vem diminuindo desde agosto de 2021 (quando o crescimento foi de 7,2%), segundo o IBGE.

Bens de capital lideram alta

Entre as quatro grandes categorias econômicas, bens de capital (+8,0%) e bens de consumo duráveis (+2,5%) registraram as maiores altas em março — e intensificaram os avanços registrados em fevereiro (+2,5% e +1,4%, respectivamente).

O setor bens intermediários também cresceu (+0,6%) na comparação mensal, mas abaixo do patamar do mês anterior (+1,8%).

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Já o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 3,3% em março, após três meses consecutivos de avanço (período em que acumulou expansão de 4,3%).

Veículos e bebidas se destacam

Entre os 26 ramos de atividades pesquisados, as principais altas em março foram de: veículos automotores, reboques e carrocerias (+6,9%), outros produtos químicos (+7,8%), bebidas (+6,4%) e máquinas e equipamentos (+4,9%).

Os três primeiros intensificaram a alta em relação a fevereiro (quando subiram 4,3%, 0,6% e 6,1%, respectivamente) e o ramo de máquinas e equipamentos voltou a crescer após três meses seguidos de queda (quando acumulou baixa de 3,6%).

Outras contribuições positivas relevantes na produção industrial de março vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (+7,9%), de couro, artigos para viagem e calçados (+8,9%) e de indústrias extrativas (+0,9%).

Recuo de produtos alimentícios

Entre as 12 atividades que registraram queda, os principais impactos negativos foram de: produtos alimentícios (-1,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%).

O ramo de produtos alimentícios recuou após quatro meses consecutivos de alta (quando acumulou expansão de 14,9%), e o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos eliminou parte do avanço de 12,5% registrado em fevereiro.

Outros destaques negativos foram os ramos de produtos de metal (-3,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,9%).

Queda de 4,5% no ano

No ano, todas as quatro grandes categorias econômicas ainda acumulam retração: bens de consumo duráveis (-18,3%), bens de consumo semi e não-duráveis (-4,4%), bens intermediários (-3,4%) e bens de capital (-2,6%).

Neste base de comparação, a produção industrial recua em 22 dos 26 ramos, em 56 dos 79 grupos e em 66% dos 805 produtos pesquisados.

As principais influências negativas são registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,2%), produtos de borracha e de material plástico (-16,3%), produtos de metal (-16,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,6%).

Das 4 atividades que expandiram sua produção no ano, as maiores influências positivas foram: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+5,4%) e produtos alimentícios (+2,4%).

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.