Produção industrial avança 2,9% em dezembro frente novembro, acima do esperado, e fecha 2021 com alta de 3,9%

Consenso Refinitiv indicava alta de 1,6% na base mensal e de queda de 6% na comparação anual.

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Em dezembro de 2021, a produção industrial cresceu 2,9% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, divulgou o IBGE nesta quarta-feira (2). No mês anterior, a indústria havia registrado variação nula (0,0%), o que interrompeu cinco meses consecutivos de queda.

O dado veio acima do esperado pelo consenso Refinitiv, que indicava alta de 1,6% na base mensal. O recuo efetivo na comparação anual foi de 5%, menos expressivo do que a projeção de queda de 6% na base anual.

Com o resultado de dezembro, o setor se encontra 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia, e 17,7% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011. No ano, houve ganho acumulado de 3,9%.

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O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que o resultado do fechamento do ano reflete a perda de ritmo da indústria no decorrer de 2021. “É o primeiro resultado positivo depois de dois anos. Em 2019, o acumulado do ano foi de -1,1% e em 2020, de -4,5%. Em 2021, houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13,0% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego. Os resultados positivos dos primeiros meses do ano tinham relação com uma base de comparação muito depreciada, já que em 2020 houve perdas bastante intensas para a indústria”, explica.

Já o segundo semestre do ano, cujo resultado acumulado foi de -3,4%, tinha uma base de comparação mais elevada. “Além disso, há os reflexos da pandemia no processo produtivo, como o encarecimento dos custos de produção e falta de matérias-primas, e também, pelo lado da demanda doméstica, inflação em patamares mais elevados e o mercado de trabalho que, embora tenha mostrado algum grau de recuperação, ainda é muito caracterizado pela precarização das condições de emprego, com pagamento de salários menores”, diz o pesquisador.

No acumulado do ano, a indústria teve resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 18 das 26 atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (20,3%), máquinas e equipamentos (24,1%) e metalurgia (15,4%).

“É um ano em que a indústria cresce sobre um período de muita perda. Essa também é uma característica da atividade de veículos automotores, que, em 2020, teve acumulado no ano de -27,9%. Então ela segue o mesmo comportamento da indústria geral: cresce e fica no campo positivo, embora não tenha revertido as perdas do ano anterior. Em termos de produtos, o destaque fica com o avanço na produção dos caminhões”, afirma André.

De acordo com o gerente da pesquisa, esse setor é um exemplo da desarticulação das cadeias produtivas durante a pandemia de Covid-19. “Além do encarecimento dos custos de produção, houve desabastecimento das plantas industriais, caracterizada pela falta de insumos e peças para a geração do bem final. A produção dos automóveis ficou marcada pelas paralisações das plantas industriais ao longo de 2021”, completa.

Na comparação com novembro, com a expansão de 2,9% da indústria geral, a maior parte das atividades investigadas pela pesquisa também teve crescimento. A maior influência veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, segmento que teve alta de 12,2% em dezembro. É o quarto mês consecutivo de crescimento do setor, período em que acumulou ganho de 17,4%.

Os produtos alimentícios também tiveram forte influência sobre o resultado da indústria. Mesmo com alta de 2,9% em dezembro, o setor teve menor crescimento do que o apresentado no mês anterior (7,1%). “É o segundo mês de crescimento dessa atividade e esse ganho se deve, principalmente, à produção do açúcar e à volta da exportação da carne bovina para a China”, explica. Apesar do resultado positivo, o setor ainda se encontra 4,1% abaixo do patamar pré-pandemia.

Outros resultados positivos vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (12,0%), de metalurgia (3,8%), de indústrias extrativas (1,6%), de produtos de minerais não-metálicos (2,0%), de máquinas e equipamentos (1,3%), de celulose, papel e produtos de papel (1,7%) e de couro, artigos para viagem e calçados (4,5%). Houve queda em cinco atividades, com destaque para a de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,9%), que eliminou o ganho de 1,8% de novembro.

Indústria recua 5,0% na base anual

Na comparação com dezembro do ano anterior, a produção industrial caiu 5,0%. Os resultados negativos atingiram três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 26 ramos pesquisados. As principais influências negativas entre as atividades vieram metalurgia (-13,9%), produtos de borracha e de material plástico (-19,9%) e produtos de metal (-19,1%).

Já entre as seis atividades com alta, o destaque foi a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,4%). Outros segmentos com resultados positivos foram indústrias extrativas (2,0%), produtos alimentícios (1,8%) e celulose, papel e produtos de papel (6,1%).

O setor de bens de consumo duráveis (-16,8%) teve a queda mais acentuada entre as grandes categorias econômicas. Os setores de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,4%) e de bens intermediários (-3,9%) também recuaram. A única alta entre as grandes categorias econômicas foi registrada pelos bens de capital (5,8%).

(com Agência de Notícias do IBGE)

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