Presidente do Fed de NY não vê necessidade urgente em cortar juros

“Os juros que temos não causaram uma desaceleração excessiva da economia", disse John Williams

Reuters

Sede do Federal Reserve em Washington (Reuters/Kevin Lamarque)

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O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, disse nesta quinta-feira (18) que a situação sólida da economia dos Estados Unidos significa que não há motivos urgentes para reduzir os juros no momento.

“Definitivamente, não sinto urgência em reduzir os juros”, dada a atual solidez da economia, disse Williams na Cúpula de Economia Mundial da Semafor, em Washington.

“Temos uma economia forte, queremos uma economia forte, e isso tudo é uma ótima notícia”, disse Williams. “Mas isso também significa que os juros que temos não causaram uma desaceleração excessiva da economia”, o que justifica a manutenção da estabilidade enquanto se trabalha para trazer a inflação de volta à meta de 2%.

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Williams, que também atua como vice-presidente do Comitê Federal de Mercado Aberto, que estabelece a política monetária, disse que continua esperando que as pressões sobre os preços retornem à meta.

“Minha expectativa é que, quando a inflação chegar a 2% de forma sustentada, e a economia estiver em bom equilíbrio, os juros precisarão ser reduzidos em algum momento”, disse ele, acrescentando que “o momento em que isso ocorrerá será determinado pela economia”.

Ele observou que o caminho para levar a inflação de volta à meta tem sido “um pouco acidentado”, mesmo com a tendência geral de enfraquecimento das pressões sobre os preços.

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Williams falou em um momento em que uma ampla gama de autoridades do banco central, incluindo o chair do Fed, Jerome Powell, tem se afastado de oferecer orientações sobre a perspectiva de cortes em breve.

As autoridades do Fed, que previram três cortes nos juros em 2024 na reunião de 19 e 20 de março, esperavam um afrouxamento bastante iminente até que dados inesperadamente robustos no início deste ano mostraram que a inflação está se mostrando mais duradoura.

Alguns bancos agora estão projetando que não haverá cortes neste ano, dado o vigor da economia e a inflação acima da meta. Os operadores e investidores têm reduzido o escopo de afrouxamento e adiado as possíveis datas de início de um corte do Fed, que tem  mantido os juros na faixa de 5,25% a 5,50% desde julho do ano passado.