Presidente do BoE fala de combate à inflação em dois tempos e prevê juros altos por mais tempo

Para Andrew Bailey, que da inflação para 4,6% em outubro, foi uma boa notícia, mas os esforços para atingir a meta de 2% devem continuar

Roberto de Lira

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O presidente do Banco de Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, reconheceu que as altas taxas de juros no país tem efeitos negativos para a população, como nas taxas hipotecárias e nos custos do aluguel, mas advertiu que, se a inflação não ceder em direção à meta de 2%, a situação será ainda pior. Em entrevista ao ChronicleLive, de Newcastle, ele disse que o banco ainda está preocupado com a potencial persistência da inflação, cujo combate está entrando no segundo tempo.

Bailey usou a analogia de um combate à inflação disputado em dois tempos para destacar que a segunda etapa é a mais difícil. Segundo ele, a queda na variação dos preços ao consumidor, de 6,7% anualizados em setembro para 4,6% em outubro, foi uma boa notícia, mas os esforços para atingir a meta levarão mais tempo. “Uma notícia muito boa é o desaparecimento dos efeitos inflacionários dos choques externos”, comentou.

Embora a rápida queda da inflação em outubro e a decisão de manter as taxas tenham provocado celebrações políticas por parte do primeiro-ministro, Rishi Sunak, e do ministro das Finanças, Jeremy Hunt, que afirmaram ter cumprido uma promessa fundamental de reduzir a inflação pela metade antes do final do ano, Bailey argumentou que é demasiado cedo para declarar vitória.

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“É por isso que, ultimamente, tenho recuado contra as suposições de que estamos falando em cortar as taxas de juros ou que as cortaremos em algo parecido com o futuro próximo. Porque é muito cedo para ter essa discussão”, alertou.