Presidência da Ucrânia destaca fala de Zelensky sobre Lula poder ajudar em processo de paz

Exibida pela GloboNews na semana passada, entrevista mostrou que Volodymyr Zelensky quer se encontrar com presidente brasileiro

Roberto de Lira

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, responde a perguntas em uma conferência de imprensa em 23 de abril de 2022 na capital Kiev (Foto de John Moore/Getty Images)

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O site oficial da presidência da Ucrânia exibiu nesta segunda-feira (31) a entrevista que o presidente Volodymyr Zelensky, concedeu para o fotógrafo e documentarista Gabriel Chaim, da GloboNews, na qual declarou que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pode fazer muito para acabar com a guerra na Ucrânia, especialmente na defesa da proposta de seu país batizada de “Fórmula da Paz”. “Sei que o presidente Lula e a sociedade brasileira apoiam a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”, afirmou Zelenky.

Na entrevista, o presidente ucraniano disse que o Brasil pode ajudar especialmente no parágrafo da propostas sobre a segurança alimentar global. “Ajudar nosso país a exportar produtos agrícolas também significa ajudar outros países que sofrem com a escassez de alimentos e podem estar à beira da fome”, comentou.

Zelensky também acredita que governo brasileiro pode auxiliar seu país nas esfera humanitária, por exemplo, com equipamentos especiais para a retirada de minas terrestres dos territórios, para que os agricultores ucranianos não tenham medo de morrer em seus campos enquanto cultivam e colhem. “Acho que hoje o presidente Lula deve usar todas as suas capacidades para aproximar a paz. Cada líder é responsável por haver uma guerra no mundo ou não”, disse Zelensky.

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Foi nessa entrevista que o chefe de estado da Ucrânia disse que gostaria de se reunir com seu homólogo brasileiro. Em sua opinião, é importante que o presidente e o povo brasileiro o ouçam pessoalmente e recebam informações verídicas sobre os acontecimentos no país.

“Assim, as relações entre nossos países só ficarão melhores e mais fortes. Tenho certeza de que nossos povos estão absolutamente interessados ​​nisso”.

A próxima reunião de conselheiros de segurança nacional e conselheiros políticos para líderes de estado sobre a implementação das iniciativas da Ucrânia para restaurar a paz duradoura e justa será realizada em breve na Arábia Saudita. A primeira reunião ocorreu em junho, na Dinamarca.

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O anúncio foi feito hoje pelo chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak. “A Fórmula da Paz” ucraniana contém dez pontos, cuja implementação não apenas garantiria a paz no país, mas também criaria mecanismos para enfrentar futuros conflitos no mundo, segundo Yermak.

Segundo ele, cada ponto da Fórmula de Zelenskyy está sendo discutido individualmente e em grupos com representantes de mais de 50 países quase semanalmente. “Estamos profundamente convencidos de que o plano de paz ucraniano deve ser tomado como base, porque a guerra está ocorrendo em nossa terra”, disse.

A Ucrânia prevê que esse encontros devem servir de preparação para uma cimeira de chefes-de-Estado, que poderia até ao final do ano. Conforme declarou Yermak, a Ucrânia procura envolver o maior número possível de países que respeitem o direito internacional e a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU).

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“O presidente Zelenskyy disse que nossa escolha é unir o mundo em torno da Ucrânia. A evidência dessa escolha é clara: estamos engajando países do Ocidente, Oriente, Norte e Sul”, acrescentou.

Nesta segunda-feira, um ataque russo atingiu um prédio residencial em Kryvyi Rih, matando ao mesmo sete pessoas e deixando mais 60 feridos.

Enquanto isso, seguem os estudos para encontrar alternativas para o escoamento da safra de grãos da Ucrânia, interrompido após a Rússia se recusar a estender o acordo que admitia um corredor humanitário no Mar Negro. A agência Reuters informou hoje que Ucrânia e Croácia concordaram com a possibilidade de usar os portos croatas no Danúbio e no Mar Adriático para a exportação de grãos.

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Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia informou que os ataques aéreos russos a cidades portuárias destruíram cerca de 180 mil toneladas da safra do país em apenas nove dias. A Rússia tem realizado bombardeios quase diários, especialmente em Odesa.