Por que os fãs se unem para doar?

Episódio 31 do podcast Aqui Se Faz, Aqui Se Doa mostra como fã-clubes vão além do carinho aos seus homenageados e ajudam a fazer o bem

Rodolfo Stipp Martino

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O poder de mobilização de integrantes de fã-clubes não fica limitado a apenas apoiar os seus amados ídolos. Eles agem em causas sociais, como mostra o 31º episódio do podcast Aqui Se Faz, Aqui Se Doa, e tentam construir um mundo melhor.

É o que ocorre, por exemplo, com os fãs do grupo musical sul-coreano BTS. Fenômeno mundial, a banda é tão influente que estima-se que o estrondoso sucesso alcançado gere mais de US$ 3,6 bilhões por ano para a economia do seu país.

Eles venceram o prêmio de maiores artistas do mundo de 2020. A premiação, concedida pela IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), é dada de acordo com a popularidade global de um artista ou um grupo, em plataformas digitais e físicas, do streaming ao vinil. Acumulam fãs em várias partes do mundo que se unem não só pelo amor aos ídolos, mas também pelo engajamento social.

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Somente em 2020, por exemplo, os admiradores do BTS, conhecidos como Armys, arrecadaram mais de US$ 1,7 milhão para filantropia e causas sociais. Em busca de engajamento, seus posts e suas convocações nas redes sociais atingiram ótimos resultados.

Fãs dos astros sul-coreanos aqui no Brasil também se destacaram. A comunidade Army Help The Planet angariou R$ 59 mil para a compra de cilindros de oxigênio em Manaus durante a pandemia.

Para ajudar no combate aos incêndios no Pantanal no ano passado, os admiradores do BTS criaram uma campanha que arrecadou R$ 53 mil. O dinheiro foi destinado para o Instituto Homem Pantaneiro, e a iniciativa ganhou o prêmio da Benfeitoria (a plataforma de financiamento coletivo na qual a ação foi feita).

Uma das fundadoras da Army Help The Planet, que coordena as ações filantrópicas no país, Myllena Nolasco, de 18 anos, conversou com a equipe do Aqui Se Faz, Aqui Se Doa, podcast produzido pelo Instituto MOL e pelo Movimento Bem Maior, com o apoio do InfoMoney (ouça aqui).

Ela afirmou que as músicas da banda sul-coreana tratam de temas atuais e que isso faz com o que os fãs também se engajem socialmente. “Eles [do grupo BTS] trazem algo que os diferenciam. Suas músicas falam do mundo atual, nos conscientizando. Já abordaram bullying, gêneros, situações de pessoas vulneráveis. E isso nos influencia, cada vez mais, a também querer participar”, disse.

Myllena apontou que, diferentemente do que ocorria no passado, a sua geração conta com o auxílio das redes sociais para se engajar e dar holofotes às causas.

“Se tem uma queimada, já sabemos de imediato. E, através de campanhas que estão surgindo, temos maior visibilidade. A gente quer ajudar”, disse. “Acredito que minha geração busque fazer a diferença. Movimentos estão surgindo. Pessoas cada vez mais novas estão ajudando em protestos, em conscientização e em mobilização. Cada vez é mais comum”.

Outra entrevistada foi a professora Priscila Ishizaki, de 30 anos, fã do BTS e doadora da campanha para o combate do incêndio no Pantanal. Ela contou que está de olho nas iniciativas do Army Help The Planet para poder ajudar. “Senti que a gente pode fazer mais, que a gente pode dar mais voz para tantas iniciativas que são tão importantes”, afirmou.

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