Pobreza na Argentina cresce e atinge 57,4% da população, na máxima em 20 anos

A pobreza cresce mais em lares das classes trabalhadores ou não beneficiárias de programas sociais

Estadão Conteúdo

Pessoas fazem fila para receber refeição em Villa Fiorito, nos arredores de Buenos Aires 13/02/2024 REUTERS/Martin Cossarini
Pessoas fazem fila para receber refeição em Villa Fiorito, nos arredores de Buenos Aires 13/02/2024 REUTERS/Martin Cossarini

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A taxa de pobreza da Argentina avança e atingiu 57,4%, na máxima em 20 anos, segundo o Observatório da Dúvida Social do país, da Pontifícia Universidade Católica Argentina (UCA). O índice é construído a partir de pesquisas e também de um cenário simulado para dezembro do ano passado e janeiro deste ano, diz o órgão.

A pobreza cresce mais em lares das classes trabalhadores ou não beneficiárias de programas sociais. Em dezembro, a taxa estava em 49,5%, no levantamento que abrange apenas a pobreza urbana do país.

“Após mais de duas décadas de vigência de um regime inflacionário, de empobrecimento e aumento dos programas sociais, ao que se suma um novo programa econômico de ajuste ortodoxo, a pobreza continua a aumentar apesar da assistência pública”, adverte o observatório, em mensagem no X (ex-Twitter).

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Ele também estima que a população de indigentes foi de 9,6% no terceiro trimestre de 2023 a 14,2% em dezembro de 2023 e a 15,0% em janeiro de 2024.

O governo de Javier Milei veio a público para atribuir a pobreza a administrações anteriores, enquanto a oposição acusa o duro ajuste em andamento na economia local como fator que agrava o quadro.

Também em declaração veiculada no X, o diretor do observatório, Agustín Salvia, afirma que reduzir a inflação a um dígito poderia levar a um quadro de estabilização e, mais adiante, de queda na pobreza. “É fácil voltar de 55% a 40%”, considerava ele, em declaração dada à emissora La Nación +.