PMI se serviços na zona do euro cresce além do previsto, para 55,6, no maior nível desde maio de 2022

O PMI industrial recuou novamente, de 48,5 para 47,1 entre fevereiro e março, e está na mínima de quatro meses, informou a S&P Global

Roberto de Lira

(Getty Images)

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O índice de gerentes de compras (PMI, sigla em inglês) de serviços na zona do euro avançou pelo terceiro mês seguido, passando de 52,7, em fevereiro, para 55,6, em março, atingindo assim o maior nível desde maio do ano passado. Já o PMI industrial recuou novamente, de 48,5 para 47,1 na mesma comparação, e está na mínima de quatro meses. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pela  S&P Global.

O PMI de serviços veio acima do consenso Refinitiv, que era de 52,5 para março. Já o indicador industrial fechou o mês abaixo do esperado pelos analistas, que estimavam um índice de 49,0.

O PMI global da zona do euro, que é uma ponderação entre os resultados de serviços e indústria, subiu pelo quinto mês seguido, passando de 52,0 para 54,1.

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Segundo a S&P Global, um desenvolvimento importante em março foi a retomada do crescimento nos serviços financeiros, com uma recuperação mais forte na atividade imobiliária em comparação com o final do ano passado, apesar das recentes preocupações com a estabilidade do setor bancário e das taxas de juros mais altas.

A atividade de serviços ao consumidor também continuou a se recuperar da desaceleração observada no final de 2022, principalmente nos setores de viagens e turismo. O crescimento também foi registrado em serviços industriais, tecnologia e saúde.

Enquanto isso, o PMI composto da Alemanha subiu de 50,7 para 52,6, registrando também a expansão mais rápida desde maio passado, com um sólido crescimento do setor de serviços acompanhado por um aumento marginal na produção industrial.

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No entanto, foi o resto da zona do euro como um todo que novamente registrou o desempenho mais forte: o índice composto subiu de 53,4 para 55,5, o mais alto em 11 meses. Nessa comparação, a atividade de serviços aumentou a uma taxa não vista desde novembro de 2021 e os fabricantes relataram um aumento modesto na produção pelo segundo mês consecutivo.

Para Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence, a economia da zona do euro está mostrando novos sinais de vida à medida que se aproxima a primavera, com a atividade empresarial crescendo em seu ritmo mais rápido em dez meses.

“A pesquisa é consistente com o crescimento do PIB de 0,3% no primeiro trimestre, acelerando para uma taxa equivalente a 0,5% apenas em março”, comparou.

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“O crescimento foi impulsionado desde as mínimas do final do ano passado, à medida que os temores de recessão e as preocupações com o mercado de energia diminuem, as pressões de inflação recuam e os atrasos sem precedentes na cadeia de suprimentos vistos durante a pandemia são substituídos por melhorias recordes nos prazos de entrega dos fornecedores”, afirmou.

Ele alertou, no entanto, que o crescimento também é muito desequilibrado, impulsionado quase exclusivamente pelo setor de serviços, com a manufatura em grande parte paralisada e lutando para sustentar a produção diante da queda na demanda.