PMI industrial da zona do euro recua para 47,3 em março, nível mais baixo em quatro meses

Fabricantes relataram a primeira queda nos preços médios de insumos desde os estágios iniciais da pandemia de covid-19, em 2020

Roberto de Lira

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O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro recuou de 48,5 em fevereiro para 47,3 em março e atingiu o nível mais baixo em quatro meses, informou nesta segunda-feira (3) o S&P Global.

Segundo a S&P Global, as carteiras de pedidos para as fábricas da zona do euro continuaram diminuindo no final do primeiro trimestre, mas os prazos de entrega mais curtos dos fornecedores melhoraram o fornecimento de matérias-primas e componentes críticos, consequentemente suportando níveis mais altos de produção.

Devido a essas menores restrições de oferta, os fabricantes da zona do euro experimentaram uma queda nos preços médios de insumos em março, pela primeira vez desde os estágios iniciais da pandemia de covid-19, em 2020.

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Os melhores resultados do setor manufatureiro em nível nacional foram mais uma vez vistos fora das duas grandes economias, a Alemanha e França em março. A Grécia experimentou a melhoria mais forte, seguida por Espanha e Itália.

Os índices PMI da Alemanha e da Áustria caíram para o nível mais baixo em quase três anos, embora a descida tenha refletido sobretudo uma redução significativa dos prazos médios de entrega dos fornecedores.

Segundo Chris Williamson, economista-chefe de Negócios da S&P Global Market Intelligence,  o setor manufatureiro da zona do euro continua lutando, com as fábricas relatando uma queda na demanda de produtos pelo 11º mês consecutivo, devido ao aumento do custo de vida, política monetária mais apertada, uma reviravolta na redução de estoque e confiança moderada do cliente.

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“Felizmente, uma melhoria recorde nos prazos de entrega dos fornecedores e maior disponibilidade de insumos permitiram que as empresas atendessem aos pedidos recebidos dos meses anteriores, o que significa que a produção permaneceu praticamente estável nos últimos dois meses”, ponderou em nota

No entanto, ele alertou que esse nível atual de produção claramente não é sustentável e a produção inevitavelmente enfraquecerá nos próximos meses, a menos que o crescimento da carteira de pedidos aumente.