PMI de serviços na zona do euro cai em outubro para o nível mais baixo em 32 meses

Índice composto, que agrega serviços e indústria, recuou de 47,2 para 46,5 em um mês, no quinto mês seguido abaixo da linha média de 50,0

Roberto de Lira

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O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da zona do euro caiu de 48,7 em setembro para 47,8 em outubro, atingindo assim seu patamar mínimo em 32 meses e marcando seu terceiro mês consecutivo de contração, informou nesta segunda-feira (6) pesquisa da a S&P Global em parceria com o banco HCOB.

Com isso, o índice composto, que agrega serviços e indústria, recuou de 47,2 para 46,5 em um mês, ficando pelo quinto mês seguido abaixo da linha média de 50,0 – que separa a contração da expansão.

Os dados da pesquisa de serviços apontam para um agravamento das condições de demanda enfrentadas pelos empresários, uma vez que os volumes de novos negócios caíram ao ritmo mais rápido desde janeiro de 2021.

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Também refletiu uma resistência mais forte dos clientes não domésticos, conforme sublinhado pela queda dos novos negócios de exportação para o ritmo mais rápido em mais de dois anos e meio.

O crescimento do emprego ainda se manteve, embora a taxa de criação de emprego tenha sido moderada e mais lenta do que em setembro. A confiança das empresas melhorou, mas também permaneceu mais fraca do que a sua média histórica.

As empresas de serviços da zona euro registaram ainda um novo aumento substancial nos seus custos operacionais, apesar das pressões terem diminuído ligeiramente. A inflação dos preços de venda arrefeceu para o nível mais fraco desde maio de 2021.

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Para Cyrus de la Rubia, economista chefe do Hamburg Commercial Bank (HCOB), o setor de serviços na zona euro parece estar cambaleante neste último trimestre do ano, mas as expectativas para os próximos doze meses, contudo, melhoraram um pouco, embora ainda permaneçam abaixo da média de longo prazo.

“É um pouco confuso. Os preços ainda estão subindo, não andando de mãos dadas com a demanda como normalmente fazem. Embora a atividade empresarial tenha entrado em território recessivo, os índices de preços permaneceram bem acima de 50,0. Há um nome para isso: estagflação. A questão de um milhão de dólares é: até quando ficaremos presos nesta estranha zona de estagflação?”, indaga.

Ainda segundo ele, olhando para as classificações do PMI composto das principais economias em outubro, a Espanha destaca-se com uma pontuação de 50,0. A França, no entanto, tem o pior desempenho neste grupo, com a Alemanha logo atrás. Entretanto, a Itália está perto da Alemanha em termos de fraco desempenho. “Em suma, o PIB da zona euro poderá cair no quarto trimestre”, prevê.

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