PMI da construção na zona do euro recua de 44,6 em maio para 44,2 em junho

Foi o 14º declínio consecutivo do indicador calculado pela S&P Global e pelo banco HCOB; construção residencial puxou a retração

Roberto de Lira

(Shutterstock)

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O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de construção da zona do euro caiu de 44,6 em maio para 44,2 em junho, de acordo com dados ajustados sazonalmente e divulgados nesta quinta-feira (6) pela S&P Global em parceria com o banco HCOB. Foi o 14º declínio consecutivo do indicador.

A redução agregada na zona do euro foi liderada por uma deterioração acentuada da atividade na Alemanha, a mais forte desde fevereiro de 2021. Houve também uma nova redução, embora mais suave, entre as empresas francesas, enquanto as empresas na Itália sinalizaram apenas uma modesta queda no total atividade.

Numa base subsetorial, a maior queda da atividade foi registrada na construção residencial, onde a taxa de redução foi a mais acentuada em seis meses.

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De acordo com a pesquisa, a demanda mais fraca por materiais de construção e outros insumos reduziu a pressão sobre as cadeias de suprimentos, o que permitiu uma nova redução nos prazos de entrega, a mais acentuada em mais de 14 anos.

A redução da demanda por insumos também aliviou as pressões inflacionárias no setor, já que as empresas sinalizaram a menor alta nos preços dos insumos desde março de 2016, quando teve início a atual sequência de inflação.

Cyrus de la Rubia, economista-chefe do HCOB, comentou em nota que o setor de construção na zona do euro continua sob forte pressão e é improvável que se recupere nos próximos meses. “A falta de confiança é confirmada pelas correspondentes expectativas do PMI, bem como por uma redução acelerada do emprego”, disse.

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Para ele, pode ser esperado o fim dessa desaceleração quando ficar claro que o Banco Central Europeu (BCE) não aumentará mais suas principais taxas de juros e que os rendimentos de longo prazo também pararem de subir.

“Enquanto o BCE está se aproximando de sua ‘taxa terminal’, ainda há espaço para rendimentos de longo prazo mais elevados, dada a taxa de inflação relativamente alta. Taxas de juros mais altas foram citadas como um importante fator de sobrecarga por algumas das empresas pesquisadas por muitos meses”, explicou.