Plano de retomada econômica do estado de São Paulo prevê criação de 2 milhões de empregos em 4 anos

O governador João Doria anunciou que o plano deve atrair investimentos privados para o estado na casa dos R$ 36 bilhões

Allan Gavioli

Governador João Doria (Sérgio Andrade/Governo do Estado de São Paulo)

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (16), João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, anunciou um plano de medidas econômicas para 2021 e 2022 que tem como foco recuperar investimentos em infraestrutura e a retomada da economia paulista.

Em coletiva de imprensa, Doria anunciou que o plano pretende atrair investimentos privados para o estado na casa dos R$ 36 bilhões e gerar cerca de dois milhões de novos empregos nos próximos quatro anos.

Ainda segundo o governador, o plano de retomada econômica envolve concessão de linhas de trem, aeroportos e rodovias e investimentos em infraestrutura por meio de parcerias público-privadas.

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“O plano de propulsão do investimento em São Paulo no pós-Covid é um plano completo e endereçado para diversas áreas econômicas do estado”, explicou Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo.

Ao detalhar o plano, Meirelles anunciou que 84% do investimento total dos R$ 36 bilhões devem ir para as áreas de transporte, mobilidade urbana e rodovias. Cerca de 19 projetos estão sendo analisados pelo estado.

Além disso, também estão previstos aportes da iniciativa privada em segurança, lazer, educação e parques estaduais. Nos transportes, o plano ainda prevê a concessão de 22 aeroportos regionais.

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Ainda de acordo com o secretário, as ações estão combinadas em seis eixos: infraestrutura, dinamismo setorial, ambiente de negócios, desenvolvimento sustentável, redução de desigualdades e internacionalização.

Doria também informou que estão previstas medidas para reduzir a burocracia e anunciou que representantes do estado irão realizar missões no exterior para buscar negócios com potenciais investidores nos EUA, na Europa, na Ásia e no Oriente Médio.

Trem Campinas-São Paulo

Boa grande parte dos investimentos que o estado deve captar será destinada a um projeto de implementação de um trem de média velocidade entre a cidade de Campinas, no interior do estado, e a capital, um trajeto de aproximadamente 100 quilômetros.

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De acordo com Meirelles, o projeto deve custar cerca de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 7,9 bilhões na conversão direta), o que representa cerca de 22% dos recursos que serão injetados no plano de retomada econômica 2021-2022.

“Estamos falando de um fluxo de 556 mil passageiros por dia. É o sistema mais eficiente e eficaz para o transporte e a mobilidade entre as macrometropoles”, defendeu o secretário.

Doria afirmou que o estado de São Paulo vê grupos de investidores chineses, franceses, japoneses e espanhóis interessados no projeto. O governador afirmou que o projeto da linha de trem Campinas-São Paulo nada tem a ver com o projeto do Trem Bala, prometido em meados de 2014 pelo governo federal. Segundo ele, o antigo projeto não avançou pela falta de interesse de investidores.

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Crescimento de 5% do PIB do estado em 2021

Acerca das estimativas sobre a economia no estado para este e o próximo ano, Meirelles afirmou que São Paulo, assim como tantos outros países e economias mundiais, não passará ileso dos impactos da pandemia.

O secretário afirmou que, para 2020, a estimativa é de uma contração de 2% a 2,5% do PIB do estado – projeção mais otimista do que as expectativas para a economia brasileira como um todo. Segundo o último boletim Focus, do Banco Central (BC), a projeção para o desempenho da economia brasileira é de queda de 5,02% este ano.

“É um desempenho substancialmente melhor do que o desempenho médio do pais e melhor também em relação a outros países como os europeus, onde países estão estimando quedas de até 10% do PIB. Para o próximo ano, esperamos um crescimento para o estado de mais de 5%, impulsionado pelo programa de retomada 21-22”, disse Meirelles.

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Na capital, Bruno Covas (PSDB), prefeito de São Paulo – que também participou da coletiva-, disse que a queda na arrecadação neste ano deve ser de R$ 7 bilhões. Com os gastos extraordinários que a prefeitura precisou fazer para combater a pandemia do coronavírus, a diferença entre o orçado e o executado neste ano será de R$ 9,6 bilhões, de acordo com ele.

Covas descartou aumento de impostos na capital e afirmou que a prefeitura não precisou aumentar a dívida para cobrir o possível déficit. O valor foi compensado pela redução de investimentos previstos, pela postergação do pagamento da dívida pública e por repasses de verbas dos governos estadual e federal.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.