Pfizer tentou pedir uso emergencial na Anvisa, mas esbarrou em exigências, diz Pazuello

A vacina da Pfizer foi a primeira a receber aprovação emergencial em países ocidentais e já está sendo aplicada em lugares como Reino Unido, EUA e Canadá

Reuters

Logotipo da Pfizer (Bloomberg)

Publicidade

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O presidente da Pfizer no Brasil esteve na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para apresentar pedido de aprovação para uso emergencial da vacina desenvolvida pela empresa contra a Covid-19 no Brasil, mas disse ter encontrado dificuldades, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

“Sou a favor do uso emergencial, inclusive peguei o telefone e falei com o CEO da Pfizer no domingo e pedi para ele na segunda-feira estar na Anvisa para solicitar o uso emergencial, e lá ele foi”, afirmou Pazuello em audiência no Senado sobre a vacinação contra a Covid.

“E a resposta foi: ‘Pensei que era mais simples, mas a agencia é bastante detalhista.’ Pois é, tem que cumprir os detalhes regulamentares”, acrescentou Pazuello, fazendo referência a conversa que teve com o presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A vacina da Pfizer foi a primeira a receber aprovação para uso emergencial em países ocidentais e já está sendo aplicada em lugares como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.

No caso brasileiro, uma negociação ainda está em andamento entre a empresa e o governo federal, com previsão de compra de 70 milhões de doses, mas apenas 2 milhões no primeiro trimestre: 500 mil em janeiro, 500 mil em fevereiro e 1 milhão em março.

Na quarta-feira, a empresa entregou à Anvisa os documentos relativos aos testes de Fase 3 de sua vacina, um dos pré-requisitos para apresentar pedido de autorização para uso emergencial de seu imunizante.

Continua depois da publicidade

Segundo a Anvisa, os dados entregues foram resultados primários de segurança e eficácia da Fase 3, que foram submetidos dentro do processo de Submissão Contínua que tem sido utilizado pelos laboratórios para apresentar dados parciais sobre o desenvolvimento das vacinas.

“Estes ainda não são os dados completos necessários para a avaliação de segurança, eficácia e qualidade de uma vacina para o registro”, disse a agência em nota, lembrando que, até o momento, nenhuma farmacêutica apresentou pedido de registro definitivo da vacina ou de uso emergencial no Brasil.

A agência regulatória aprovou na semana passada o trâmite para concessão de autorização temporária de uso emergencial em caráter experimental de vacinas contra a Covid-19 durante a epidemia.

Na audiência no Senado, Pazuello também afirmou que a Pfizer apresentou diversas demandas para fechar a venda de imunizantes ao Brasil, inclusive isenção completa de qualquer responsabilidade da empresa por eventuais efeitos colaterais da vacina e recusa a ser julgada nos tribunais do país.

“E, pasmem, nós estamos pensando em aceitar”, acrescentou.

Procurada, a Pfizer disse que encaminhou proposta para possível aquisição da vacina da companhia ao Ministério da Saúde, que manifestou formalmente seu interesse. “Estamos trabalhando nas negociações dos termos e condições para o contrato de fornecimento”, afirmou.

A empresa acrescentou que não pode comentar as negociações em curso com o governo, mas citou que, devido aos “riscos associados ao desenvolvimento de uma vacina”, diversos governos estão aprovando leis que conferem proteção aos fabricantes.

Quer receber aluguel sem ter imóvel? Thomaz Merluzzi, estrategista de Fundos Imobiliários da XP, oferece treinamento gratuito para quem busca uma fonte de renda passiva – inscreva-se já!