Peru registra ao menos 14 mortes após repressão a protestos em todo o país

Congresso está discutindo detalhes da antecipação de eleições gerais para 2023; prisão preventiva de Pedro Castillo é estendida

Roberto de Lira

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A crise política tem ganhado escala no Peru desde a frustrada tentativa de golpe militar pelo já depois presidente Pedro Castillo. As repressões da Polícia Nacional aos protestos em quase todo o país já causaram a morte de ao mesmo 14 pessoas em 13 das 24 regiões, informa hoje o jornal La Republica, citando dados oficiais das autoridades.

O ministro do Interior, César Cervantes, informou que o Poder Executivo declarou estado de emergência nos país, mas por enquanto descarta institui um toque de recolher geral

Na manhã desta sexta-feira, o governador regional de Ayacucho, Carlos Rua, disse já foram relatados 52 feridos graves, dos quais 2 devem ser transportados com urgência para a capital Lima. Ontem, um grupo de vândalos incendiou o prédio local do Ministério Público.

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Enquanto isso, o Congresso deve retomar hoje as discussões sobre as propostas de antecipação das eleições para 2023. Ontem, o ministro da Justiça, José Tello, detalhou no plenário que a proposta do governo de Dina Boluarte é que seja feita uma primeira votação da reforma constitucional ainda neste mês, com uma segunda votação marcada para o início do ano que vem. Em julho, seria feita a convocação para um novo processo eleitoral em dezembro do próximo ano.

Na quinta-feira (15), O juiz supremo de instrução preparatória Juan Carlos Checkley Soria estendeu por 18 meses de prisão preventiva contra o ex-presidente Pedro Castillo, investigado pelo suposto crime de rebelião e formação de quadrilha na modalidade de abuso de autoridade e contra a tranquilidade pública em detrimento do Estado. A defesa informou que vai recorrer da decisão.