Pandemia na cidade de São Paulo deve piorar em abril, diz secretário

Equipe da prefeitura da capital paulista avalia que abril será ainda pior que março; produção de vacina no Instituto Butantan também deve desacelerar

Érico Lotufo

O Theatro Municipal, em São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Publicidade

SÃO PAULO – Março foi o mês mais fatal da pandemia até agora no Brasil: foram 66.573 mortes por Covid-19, 15.159 delas apenas no estado de São Paulo. Apesar de medidas mais restritivas para garantir o isolamento social – como a Fase Emergencial, decretada no dia 15 de março -, os números de internações e mortes devem ser ainda piores na capital paulista em abril.

Edson Aparecido, secretário de Saúde da capital paulista, disse que sua equipe técnica avaliou que teremos um mês de abril ainda pior. “Teremos um mês de abril bastante tenso no sistema de saúde aqui na capital”, disse, em entrevista ao canal televisivo Globonews. “A cidade de São Paulo hoje já tem mais leitos de UTI que toda a França, e nem isso foi suficiente para que a gente pudesse evitar a escalada de internações e óbitos na cidade.”

Apesar dessa percepção, Aparecido afirmou que este fim de semana mostrou uma pequena queda na taxa de ocupação de leitos de UTI (92% para 90%) e leitos de enfermaria (88% para 84%) na capital.

Continua depois da publicidade

Segundo Aparecido, o isolamento também melhorou durante o recesso prolongado no estado de São Paulo, que durou de 26 de março até 4 de abril. Mas o reflexo desse feriado só será sentido em “10 ou 15 dias”.

A Fase Emergencial deve durar até 11 de abril na capital paulista. A fase incluiu medidas como a redução dos horários de funcionamento dos serviços essenciais, como padarias, supermercados e postos de gasolina. Também houve suspensão de eventos esportivos e cultos em igrejas.

Preocupação também com todo o país

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, concorda que o pior está por vir em todo o Brasil. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Covas afirmou que abril será um mês “dramático” para o país e que é bastante provável a chegada a marca de 5 mil mortes diárias ainda neste mês.

A maior taxa de óbitos se soma a outro fator que interfere na luta contra o coronavírus: o Brasil entra agora na temporada da vacinação contra a gripe. Segundo Covas, a campanha faz com que parte do processo de fabricação da CoronaVac no Instituto Butantan tenha que ser redirecionado para a produção anual de vacinas contra a gripe.

O Butantan, que entregou 22,3 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde em março, deve entregar apenas 10 milhões de doses em abril. O instituto também está aguardando a chegada de mais insumos da China para a produção da vacina ainda nesta semana.

O Butantan já entregou 37,2 milhões de doses ao todo para o Programa Nacional de Imunização (PNI). Com as 10 milhões de doses em abril, deve passar das 46 milhões de vacinas previstas no primeiro acordo firmado com o Ministério da Saúde. Recentemente, o instituto reiterou sua segunda meta, de entregar 100 milhões de vacinas até o final de agosto.

Entenda o método para realizar análises e não se perder em momentos turbulentos. A série gratuita One Good Trader, com Gilberto Coelho, te ensina como – inscreva-se!

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.