O poder da influência na cultura de doação

Embaixadores de todos os portes incentivam contribuição entre pares

Equipe InfoMoney

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Cada vez mais, pessoas são impactadas por influenciadores digitais na hora de fazer uma compra. Entre 2020 e 2021, o mercado de influência cresceu 43% no mundo e, segundo a Forbes, deve chegar a 25 bilhões de dólares em 2022. De acordo com uma pesquisa da Nielsen, um anúncio feito por um influenciador é lembrado por 66% dos consumidores, enquanto anúncios tradicionais são lembrados por apenas 36% das pessoas.

E se as organizações sociais começassem a se valer mais da fama e da credibilidade de influenciadores para divulgar sua causa e arrecadar recursos? Muitas entidades já usam personalidades em suas estratégias de divulgação, mostrando que as causas sociais podem e muito se aproveitar do poder dos influenciadores. Desde os anos 1960, por exemplo, a Unicef conta com embaixadores famosos que levam a missão da entidade pelo mundo. Atualmente, eles contam com o apoio de nomes de peso como Lionel Messi, David Beckham e Serena Williams. No Brasil, atores como Bruno Gagliasso e Lázaro Ramos representam a instituição.

Mas não são só as celebridades que podem influenciar pessoas a doar. Existe uma estratégia de arrecadação chamada peer-to-peer, ou entre pares, que se vale do poder de influência de qualquer pessoa disposta a apoiar uma causa, mesmo que ela não tenha milhares ou milhões de seguidores. Os próprios apoiadores engajados ativam suas redes de contato e pedem doações. Esse método gera confiança e credibilidade, pois as pessoas se sentem mais impelidas e confortáveis a doar quando o pedido vem de alguém que conhecem.

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Para André Soler, fundador da SP Invisível, essa é uma estratégia muito potente de captação de recursos. “A gente percebe a paixão que cada um tem pela causa, os seguidores são muito calorosos, carregam a bandeira e se sentem parte, são nossos maiores embaixadores”, contou em entrevista ao podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL com apoio de Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev, e divulgação do Infomoney.

“Tivemos experiências com influenciadores, que foram legais, mas que são mais pontuais. A rede social deles é um espaço de trabalho, e a mensagem pode passar batida”, completa Soler. A organização, que é referência no uso das redes sociais, atua desde 2014 contando histórias de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo e promovendo diversas ações para auxiliá-las. Já foram contadas 1.780 histórias, 34 mil pessoas atendidas e 102 ações sociais realizadas.

E a tecnologia é aliada na missão de espalhar embaixadores por aí. Ferramentas como a criada pela fintech Doare ajudam a criar uma plataforma personalizada de arrecadação de doações, como conta seu fundador Ruy Fortini. Ele também acredita no poder de mobilização de doadores comuns como estratégia de captação de recursos.

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“Imagina só você receber um pedido de doação de um amigo ou parente no seu WhatsApp de forma íntima e pessoal, pedindo para você doar para uma ONG. Você não acha que teria muito mais chance de doar através desse pedido do que apenas ver o post de um influenciador nas redes sociais? Pois é, essa para mim é uma das principais tendências no mercado de doação brasileiro”, disse Fortini.