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A brusca mudança na política de combate à covid-19 na China – que a princípio animou investidores de todo o mundo por uma esperada recuperação econômica do gigante asiático – agora causa apreensões de que uma abertura muito rápida por trazer o risco de importação de novas variantes do vírus para outros países.
Segundo a BBC, os Estados Unidos estão considerando impor novas restrições às chegadas de pessoas vinda da China, após ter anunciado na terça-feira que vai reabrir suas fronteiras no próximo mês. A alegação é que falta transparência em torno do número de infectados na China. Japão, Malásia e Taiwan também estão impondo medidas mais rígidas para os viajantes chineses, incluindo a exigência de testes negativos.
A China parou de divulgar os casos diários de covid-19 desde domingo, prática que vinha mantendo desde 21 de janeiro de 2020, no primeiro surto de coronavírus na cidade central de Wuhan. Ante de interromper a divulgação, as autoridades chinesas já estavam restringindo dados sobre mortes no país, considerando apenas as pessoas que morreram de insuficiência respiratória causada diretamente pelo coronavírus.
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Mas um memorando oficial aparentemente vazado e publicado online informou no final de semana que cerca de 248 milhões de pessoas em todo o país foram infectadas entre os dias 1 a 20 de dezembro, representando cerca de 17,56% da população. Além disso, cerca de metade da população em Pequim e na província de Sichuan havia contraído o coronavírus.
A partir de 8 de janeiro, a covid-19 será tratada como uma doença infecciosa de categoria B (como HIV, hepatite viral e gripe aviária), e não como categoria A (como peste bubônica e cólera), informou a Comissão Nacional de Saúde em comunicado divulgado na segunda-feira (27).
Foram os protocolos da categoria A que deram aos governos locais o poder de colocar os infectados e seus contatos em quarentena e estipular áreas de bloqueio onde havia um grupo de infecções. Embora essas medidas tenham protegido a população e reduzido a taxa de letalidade da doença, estavam cobrando um preço alto na economia e nas atividades sociais, o que levou a inéditos protestos nas ruas desde novembro, comentou o South China Morning Post.