Nós no Brasil não temos outra escolha que não seja a quarentena, diz presidente do Einstein

Médico ressaltou que o isolamento social agora é fundamental, mas que existe o problema da agressão na parte econômica

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Os debates sobre as medidas que governos do mundo todo estão tomando para combater o novo coronavírus são justos e hoje ainda é difícil garantir quais são realmente as decisões mais eficazes.

Esta é a avaliação do Dr. Sidney Klajner, presidente do Albert Einstein, que participou de uma live realizada pela XP (assista no player acima), conduzida pelo sócio da empresa Rafael Furlanetti.

“Nós do Brasil não temos outra escolha [que não seja quarentena]”, afirmou Klajner. Segundo ele, ainda não é possível saber qual é a medida certa a ser tomada, mas estudos são feitos baseados nas experiências que o mundo todo está passando para tomar cada ação neste combate.

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O médico ressaltou que o isolamento social agora é fundamental, mas que existe o problema da agressão na parte econômica que isso causa.

“Reverter esse quadro [econômico] vai ser um desafio”, complementa Henrique Salvador, presidente da rede Mater Dei de Saúde, que diz que será complicado convencer parte das pessoas a sair de casa e retomar a atividade econômica.

Segundo ele, olhar para os outros países é importante para ajudar a sensibilizar as pessoas, já que lá as coisas acontecem antes. Salvador diz que é importante este isolamento social de toda a população, mas que no futuro, será necessário separar a população de maior e de menor risco para conseguir retomar a economia.

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Já Romeu Côrtes Domingues, Presidente do Conselho de Administração da DASA, destacou que seria muito bom um cenário que todas as pessoas pudessem ser testadas, mas isso não é possível.

Por conta deste cenário em que não é possível ter todas as certezas nem testar toda a população, todos os participantes da live concordaram que o isolamento social de todas as pessoas é a melhor alternativa no momento.

Segundo Klajner, o Brasil não dispõe de certas tecnologias que outros países possuem, como por exemplo o rastreio de aparelhos feito pela China. A medida, apesar de polêmica, fez com que o país asiático pudesse rastrear os celulares de pessoas infectadas para verificar quem não estava seguindo a quarentena e ter uma ideia melhor de como o vírus estava se espalhando.

O doutor ainda ressaltou, que, se a curva da doença no país seguir como está, no dia 15 ou 16 de abril, o sistema de saúde atingirá seu limite de capacidade. Porém, ele ressalta, as medidas preventivas que estão sendo tomadas devem ajudar a mudar este cenário.

Não é uma gripe

Questionado sobre o tratamento para o novo coronavírus, o Dr. Leandro Reis, vice-presidente da Rede D’Or, destacou que estão sendo tomadas medidas nos hospitais, para que as pessoas não se aglomerem e não entrem em contato umas com as outras, passando por diversas triagens.

Além disso, ele destacou que não existe método comprovado de tratamento e que, por isso, o que se faz no hospital é um tratamento de suporte, ou seja, com medicamentos para combater os sintomas e, quando necessário, uso de equipamentos, como de ajuda respiratória.

Reis ainda explicou que tem feito reuniões com outros médicos e que conversando com especialistas italianos, eles reforçaram que a Covid-19 não deve ser tratada como uma gripe. “Se fala muito de gripe […] mas não é gripe, isso tem um comportamento de pneumonia”, afirmou.

O Dr. Romeu, da DASA, destacou ainda que não faz sentindo as pessoas irem comprar cloroquina, pois além de não ter eficácia comprovada, a pessoa não deve administrar sozinha e o medicamento. “Ela ainda estará prejudicando outras pessoas que precisam do remédio”, afirmou.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.