‘Não há nada de errado’, diz Guedes sobre suposto confronto com equipe econômica

O ministro destacou ainda que conta com apoio de Bolsonaro para implementar os projetos formulados pela equipe econômica

Estadão Conteúdo

(Albino Oliveira - Ascom/Ministério da Economia)

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que houve um mal-entendido na avaliação de que o programa Pró-Brasil de investimentos públicos em infraestrutura lançado pela Casa Civil levaria a um confronto com a equipe econômica. “O ministro Braga Netto tem que conciliar os projetos setoriais dos diversos ministérios. Ele começou a fazer programação de pedidos e aquilo foi anunciado como programa”, afirmou, em videoconferência com lideranças do setor varejista.

Para Guedes, não são esses R$ 15 bilhões investimentos públicos que vão colocar o Brasil para decolar. O Plano Pró-Brasil prevê investimentos de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões até 2022.

“Tudo bem, não há nada de errado. Mas o próprio ministro (da Infraestrutura) Tarcísio Gomes de Freitas sabe que o Brasil precisa de mais de R$ 200 bilhões em investimentos, que terão que vir pelo setor privado”, acrescentou. “Todos sabemos que o caminho da retomada é investimento privado. O PAC já deu errado”, completou.

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Para Guedes, a atual crise só demonstra que o governo precisa insistir na agenda de reformas fiscais após a epidemia. Ele lembrou que já havia 40 milhões de trabalhadores informais antes da crise e criticou o que chamou de ambiente hostil a empresas.

“Pegamos o País quebrado. Vamos propor quebrar de novo? O caminho da retomada já conhecemos: marco do saneamento, choque de energia barata, simplificação de impostos, facilitar investimentos privados”, disse.

Bancos

Paulo Guedes, destacou, ainda, as medidas tomada pelo governo para garantir o crédito para empresas médias e grandes e lembrou que o Congresso irá aprovar em breve projetos também para as micro e pequenas empresas.

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“Soltamos, primeiro, o crédito, liberando compulsórios e esperando a maré de liquidez subir. Mas os bancos, em um momento de crise como essa, pensam primeiro no depositante do que nos tomadores de crédito. Conservadoramente, eles retiveram essa liquidez e renegociaram o crédito de seus melhores clientes, que são as maiores empresas”, afirmou, em videoconferência com lideranças do setor varejista.

O ministro disse ainda que o governo precisou se movimentar para garantir o crédito privado para alguns setores que não estavam sendo atendidos pelos bancos, como as empresas aéreas, setor automotivo e energia elétrica. Um consórcio de bancos foi formado para estudar os financiamentos para esse setor. “Deixamos o mais próximo de negociação de livre mercado possível, o governo não vai pegar dinheiro da saúde para salvar uma grande empresa. Os bancos usarão debêntures conversíveis e garantias de ativos, dependendo de cada setor”, completou.

Apoio de Bolsonaro

O ministro destacou ainda que conta com apoio do presidente Jair Bolsonaro para implementar os projetos formulados pela equipe econômica. “Sigo com a mesma energia e determinação para obter os melhores resultados, o presidente tem me apoiado nos programas. As hipóteses que eu trabalho têm se mantido”, completou.

Guedes voltou a dizer que o Congresso é reformista e tem votado os projetos mais importantes do governo.

Após Bolsonaro ter demonstrado apoio incondicional a Guedes nesta semana, o ministro reclamou da forma como a imprensa retrata o presidente que, segundo ele, só tem vontade de acertar. “A mídia tem que ver o outro lado do presidente, e o presidente também tem que ver outro lado da mídia”, afirmou.

Guedes voltou a dizer que a economia brasileira estava “em decolagem” no primeiro trimestre de 2020 quando foi atingida pela crise decorrente da pandemia do novo coronavírus. Para ele, o IBGE deve revisar o crescimento do ano passado para entre 1,3% e 1,4%. “Em 2019 estávamos no mesmo ritmo de anos anteriores, aprovamos a Previdência e quando começamos os acordos comerciais o mundo foi atingido”, afirmou.

O ministro disse ainda que a queda de mais de 30% nas exportações para Estados Unidos e Argentina são mais do que compensadas pelo aumento das vendas do agronegócio para a Ásia. “O impacto externo não veio no primeiro trimestre. O Brasil está conseguindo aumentar as exportações”, acrescentou.