Morgan Stanley eleva projeção de crescimento da China em 2023 para 5,4%

Banco prevê que flexibilização das medidas de controle da covid-19 deve acelerar acrescimento a partir de março de 2023

Roberto de Lira

(Getty Images)

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O Morgan Stanley elevou sua previsão de crescimento do PIB chinês em 2023, dos 5% anteriores para 5,4%. O motivo é a mudança da política de controle da covid-19 na segunda maior economia do planeta, com maior flexibilização das rígidas regras de mobilidade no país.

Em relatório divulgado hoje, o banco de investimentos entende que haverá alguns “solavancos” na atividade por conta do maior número de infecções pela variante Ômicron no curto prazo, mas que a circulação de pessoas deve se normalizar até o final de março do ano que vem.

“A covid está agora em seu estado menos ameaçador do ponto de vista de doenças graves ou mortes, então não esperamos que as restrições sejam reforçadas”, avalia o Morgan Stanley. Para essa previsão, foram usados dados de outras economias, que sugerem um pico de casos nove semanas após o aumento inicial de um novo surto, em média.

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Para o banco, no momento, os investidores ainda estão levemente posicionados nos mercados de ativos da China e que os mercados de ações não precificaram totalmente a reabertura.

vos da China ainda é baixo e essa recuperação não foi totalmente precificada nos mercados de ações e de câmbio.

Na análise, a recuperação mais acentuada da atividade econômica será sentida a partir de março e o aumento mais acentuado da mobilidade deve implicar numa retomada mais forte de crescimento do PIB.

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O banco de investimentos destaca que as mudanças anunciadas pelos formuladores das políticas na China mostram um alinhamento da gestão da pandemia que não se observava desde 2019 e isso deve levar a uma recuperação do crescimento. As medidas econômicas até aqui estavam mais voltadas para a compensação, diz o banco.

O Morgan Stanley admite, no entanto, que há riscos de que os formuladores de políticas ainda possam aumentar as restrições se as hospitalizações aumentarem, levando a uma reavaliação do caminho para ganhos no Mercado. Os riscos incluem ainda interrupções duradouras ou efeitos diretos na economia da crise sanitária (especialmente na oferta de mão de obra), a retirada do atual apoio político e até o reaparecimento das tensões geopolíticas.