Morgan corta projeções para PIB da China de 2022 com nova onda de casos de Covid no país

O gigante asiático registrou mais casos sintomáticos locais de Covid-19 até agora neste ano do que em todo o ano de 2021

Lara Rizério

(Shutterstock)

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Em meio ao aumento das restrições por conta do surto de Covid na China com a ômicron, o Morgan Stanley cortou a projeção do PIB do país no primeiro trimestre de 2022 em 0,6 ponto percentual.

O gigante asiático registrou mais casos sintomáticos locais de Covid-19 até agora neste ano do que em todo o ano de 2021, à medida que a variante Ômicron do coronavírus, altamente transmissível, desencadeia surtos de Xangai a Shenzhen.

Na comparação trimestral, a expectativa do banco agora é de crescimento zero (ante projeção de alta de 0,6%), enquanto na base de comparação anual passou de projeção de 4,5% para 3,9%.

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Para o ano como um todo, houve um corte de 0,2 ponto nas expectativas, de alta de 5,3% para avanço de 5,1%.

“Vemos um consumo mais fraco e um impacto modesto nas cadeias de suprimentos. Também esperamos maiores gastos com infraestrutura e uma flexibilização das políticas habitacionais, mas o problema maior continua sendo encontrar uma estratégia de saída para a Covid”, avaliam os economistas do banco.

Os bloqueios duplos em andamento em dois grandes centros econômicos (Xangai e Shenzhen) em meio ao surto de ômicron vão pesar sobre serviços e, em menor grau, na atividade fabril.

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Além disso, os bloqueios duplos enviaram uma mensagem clara de que Pequim está priorizando a contenção do Covid sobre a economia, e uma recalibragem de sua estratégia sobre Covid provavelmente será adiada.

“Em vista disso, reduzimos nossa projeção para o ano inteiro e vemos um caminho de recuperação mais difícil em relação ao segundo trimestre em meio à fraqueza contínua nos serviços (baseados em interação social) à medida que as restrições da Covid permanecem”, apontam os economistas.

Os economistas também destacam o que vem a seguir para a estratégia Covid: um aperto excessivo no curto prazo e depois uma calibração gradual (embora o ritmo seja incerto). Nas próximas semanas, a China recorrerá ao seu antigo manual de “tolerância zero” para conter o atual ressurgimento do vírus, com bloqueios em várias grandes cidades.

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Os controles de fronteira, que são considerados por Pequim como a brecha que causou a atual onda de ômicron, também serão reforçados, atrasando qualquer reabertura de viagens internacionais e possivelmente aumentando os prazos de entrega nas cadeias de suprimentos. Essas medidas podem permanecer em vigor até maio.

Enquanto isso, as autoridades de saúde de Pequim propuseram uma transição gradual das políticas de “Covid-zero” para o “Covid-light”, mas o ritmo da transição provavelmente será uma decisão política, avaliam.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.