Monitor do PIB da FGV aponta alta de 0,6% em julho ante junho

Indicador antecedente refletiu o desempenho da indústria e do setor de serviços; consumo das famílias cresceu 0,5%, mas investimento recuou

Equipe InfoMoney

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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve uma alta de 0,6% em julho ante junho, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com julho de 2021, a atividade econômica teve expansão de 3,1% em julho de 2022.

“O crescimento do PIB em julho refletiu o desempenho positivo da indústria e do setor de serviços. Nos serviços, as sete atividades contempladas pelo Monitor do PIB-FGV cresceram na comparação com junho. Pela ótica da demanda, à exceção da formação bruta de capital fixo, o desempenho também foi positivo nos seus demais componentes”, afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, em nota oficial.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

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Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,5% em julho ante junho. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma retração de 0,8% no período.

A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 1,6% em julho ante junho, enquanto a importação avançou 3,4%.

“Esses dados indicam que o desempenho da economia em julho foi explicado principalmente pelo consumo; padrão que tem sido observado ao longo do ano. Após cinco trimestres de crescimento, a formação bruta de capital fixo, que sinaliza a ampliação da capacidade produtiva da economia, retraiu-se em julho, disse Juliana.

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Variação mensal do PIB (em %)

Monitor do PIB. Fonte: FGV

Alerta

Para a coordenadora, a análise de um mês isolado não é suficiente para indicar tendência de desaceleração dos investimentos. “No entanto, pode ser um alerta de enfraquecimento quando se considera que os juros estão em patamares elevados e isso tende a impactar negativamente a ampliação da capacidade produtiva da economia”, ponderou.

Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 5,483 trilhões de janeiro a julho de 2022, em valores correntes. A taxa de investimento da economia foi de 18,6% em julho de 2022.

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Consumo das famílias

O consumo das famílias avançou 3,6% na comparação interanual mensal em julho e 4,3% no trimestre móvel finalizado naquele mês. Na comparação trimestral, o crescimento é explicado pelo desempenho do consumo de produtos não duráveis e, principalmente, pelo consumo de serviços. O consumo de duráveis tem contribuído negativamente durante todo o ano, nesta comparação, e o consumo de semiduráveis apresentou queda em julho, após quatro trimestres móveis consecutivos de crescimento.

Formação bruta de capital fixo (FBCF)

A FBCF caiu 0,7% na comparação interanual em julho e cresceu 2,3% no trimestre móvel encerrado em julho. Nessa comparação, o componente de máquinas e equipamentos foi o único a apresentar queda (-0,5%). Embora ainda negativa, desde o trimestre móvel finalizado em fevereiro, a FGV lembra que as quedas de máquinas e equipamentos têm sido, sistematicamente, menores do que as observadas nos trimestres móveis anteriores.

Exportação

A exportação de bens e serviços avançou 4,7% na comparação interanual, mas recuou 0,7% no trimestre. Apesar de ter havido crescimento das exportações de serviços, bens intermediários, bens de capital e de consumo, as quedas na exportação de produtos agropecuários e da extrativa mineral contribuíram para que o desempenho da exportação fosse negativo, disse a FGV.

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Importação

Já a importação de bens e serviços cresceu 12,3% na comparação interanual e 4,6% no trimestre analisado. Segundo a FGV,  as compras de bens de capital e, principalmente, de serviços explicam o resultado positivo.

(Com Estadão Conteúdo)