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Oito dos principais candidatos do Partido Republicano para as primárias que vão decidir o representante do partido nas eleições presidenciais de 2024 se enfrentaram ontem em Milwaukee no primeiro grande debate, transmitido ao vivo pela rede de TV Fox, e a imprensa dos Estados Unidos escolheu como um dos vencedores ou ausente o ex-presidente Donald Trump.
O político conservador que enfrenta acusações criminais e pode até ser preso nesta quinta-feira (24) evitou o debate e deu uma entrevista na noite de ontem na rede social X (antigo Twitter) ao jornalista Tucker Carlson, ignorando seus concorrentes e falando como se já fosse o candidato natural do partido. Ele preferiu centrar fogo na administração do democrata Joe Biden.
Uma prova da força de Trump entre os republicanos foi um momento no debate de ontem no qual os demais candidatos foram incentivados a dizer se apoiariam a candidatura dele mesmo após condenações criminais. À exceção dos ex-governadores Chris Christie (de New Jersey) e Asa Hutchinson (Arkansas), dois conhecidos críticos de Trump, todos levantaram a mão em apoio ao ex-presidente.
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O próprio moderador da noite, Bret Baier, chamou Trump de “elefante que não está na sala” em sua apresentação. Segundo a mais recente pesquisa, divulgada na última segunda-feira (21), o ex-presidente leva uma vantagem de 23 pontos percentuais sobre seu rival mais próximo, o governador da Flórida, Ron DeSantis, em Iowa, o primeiro estado que realizará uma disputa (caucus) para a indicação presidencial republicana, marcada para janeiro do ano que vem.
A pesquisa mostrou que 42% dos prováveis participantes do caucus republicano têm em Trump sua primeira escolha entre 14 candidatos, enquanto 19% preferem DeSantis. Eles são seguidos pelo senador Tim Scott, da Carolina do Sul, com 9%, o ex-governador da Carolina do Sul Nikki Haley e o ex-vice-presidente Mike Pence, ambos com 6%. Chris Christie tem 5% e o empresário do setor de biotecnologia Vivek Ramaswamy tem 4%. Todos os outros receberam 2% ou menos.
Ramaswamy se destaca
Considerado um estrela em ascensão no partido, Ramaswamy teve algum destaque no debate de ontem, tanto que foi um dos mais atacados, especialmente pela estratégia de uso de frase de efeito e pela inexperiência política. DeSantis, cuja campanha tem enfrentado problemas, foi ignorado pelos demais candidatos em boa parte do programa.
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Talvez por isso o governador da Flórida demonstrou simpatia a Trump, chegando a afirmar que as agência federais está sendo usadas como armas políticas atualmente. Mas ele evitou criticar o ex-vice-presidente Pence, que presidiu a contagem dos votos do Colégio Eleitoral pelo Congresso na última eleição e se recusou a rejeitar o resultado, contrariando Trump e seus apoiadores. “Mike cumpriu seu dever”, disse DeSantis no debate.
Ramaswamy classificou Trump como “o melhor presidente do século XXI” e posicionou-se como herdeiro do ex-presidente, dizendo ser um “não-político que fala a verdade”. O uso frequentes de frase feitas na noite trouxe para ele uma acusação de ser uma espécie de ChatGPT (a plataforma de inteligência artificial) na campanha.
Ele também apoiou o fim do financiamento dos EUA à Ucrânia na sua guerra com a Rússia, sugerindo que esses fundos deveriam ser redirecionados para o fortalecimento da fronteira sul dos EUA, repetindo acusações que a epidemia de fentamil está ligada à política mais branda de imigração. Veio daí boa parte das crítica sobre sua inexperiência para o cargo.
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Pence
Já Pence se posicionou como herdeiro de Ronald Reagan e disse ter cumprido seu dever constitucional em 6 de janeiro de 2021, ao aceitar o resultado das urnas. “Joe Biden enfraqueceu este país interna e externamente”, disse Pence, iniciando. Sobre Ramaswamy, ele disse que o país não precisa de um novato no trabalho.
Segundo o site Politico, o senador Scott evitou polêmicas e foi uma presença discreta durante a maior parte da noite, apenas destacando sua experiência no Senado.
Enquanto o debate ocorria, Trump comentava com Tucker o quão incomum é um político indiciado ganhar apoio, em vez de perdê-lo. “Estou muito bem nas pesquisas. As pessoas veem que é uma fraude”, disse Trump. Na entrevista, ele chamou a promotora Fani Willis, do condado de Fulton, na Geórgia, de “horrível promotora distrital”.
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O estrategista do Partido Republicano, Alex Conant, resumiu a noite como “um debate republicano normal num mundo onde Trump não existe. Exceto que ele existe e está ganhando”.
