Mercado não acredita que governo vai atingir meta fiscal, mas espera esforço, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central reforçou que é importante que o governo persista no objetivo de déficit primário zero para 2024

Rikardy Tooge

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu na noite desta quinta-feira (23) a decisão do governo de manter o plano de déficit primário zero nas contas públicas de 2024. Campos Neto afirmou que, hoje, o mercado não acredita que o governo conseguirá atingir esse objetivo, mas que é necessário persistir para sinalizar que há esforço do executivo em cumprir a meta fiscal.

“A maior preocupação que a gente vê [no mercado] é o fiscal. Temos dito que é importante persistir na meta. Houve um trabalho enorme para construir o arcabouço fiscal e é importante que o governo acredite nele”, afirmou o presidente do BC, em evento promovido pela Endeavor, ecossistema que reúne lideranças de startups. “As pessoas não acham que o governo vai atingir a meta, mas espera um esforço”, acrescentou. No último Boletim Focus, produzido pelo Banco Central, o consenso do mercado indica para um déficit primário de 0,8%.

Ainda durante sua fala, Campos Neto lembrou que há pouco espaço para um aumento de arrecadação do governo, sendo esse um dos pilares necessários para viabilizar o arcabouço fiscal. “Uma das razões pela qual as pessoas entendem que será difícil [cumprir a meta] é porque você precisa de uma arrecadação bastante grande e não há espaço para aumento de carga”. “Obviamente, se você consegue cortar gastos, melhora, mas o Brasil tem uma situação de gastos muito engessada”, acrescentou o presidente do Banco Central.

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Em outra frente, Roberto Campos Neto reforçou que os dados recentes de inflação no Brasil tiveram uma qualidade melhor, mas que ainda existe um caminho pela frente. “No Brasil, a desinflação tem ocorrido de forma benigna, mas de maneira lenta. Nosso trabalho ainda não está terminado.”

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br