McCarthy consegue a liderança na Câmara dos EUA, mas concessão a conservadores deve mudar votações

Para ganhar presidência, deputado da Califórnia fez concessões do grupo "linha dura” do partido chamado de 'Freedom Caucus'

Roberto de Lira

Divulgação

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A Câmara dos Estados Unidos vai finalmente iniciar seus trabalhos nesta semana após o atraso na votação para a presidência da Casa causada pelo racha no Partido Republicano. O deputado Kevin McCarthy, da Califórnia, só conseguiu a aprovação de seu nome como porta-voz da maioria republicana na madrugada do sábado (7), após 15 votações.

Ele teve que fazer várias concessões do grupo de conservadores “linha dura” do partido chamado de “Freedom Caucus”. Entre as concessões está a possibilidade que apenas um deputado insatisfeito com a liderança de McCarthy possa convocar uma votação para removê-lo.

Os republicanos dissidentes também conseguiram dele o compromisso de vincular a aprovação do aumento do teto da dívida do governo a cortes de gastos e também a promessa de colocar mais membros do próprio Caucus em comitês importantes. Isso deve fazer diferença nas próximas semanas, quando deve ser criado um comitê bipartidário para examinar a estratégia de competição econômica contra a China.

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A nova liderança republicana também deve atrapalhar os planos do presidente Joe Biden de aumentar em US$ 80 bilhões os gastos do serviço IRS do Tesouro, que teria por meta aumentar as auditorias sobre os americanos de mais alta renda, além de melhorar a tecnologia da Receita.

Também são esperadas restrições ao uso do petróleo bruto da Reserva Estratégica do país, algo que Biden fez durante a crise do ano passado para forçar uma queda nos preços dos combustíveis, e uma política mais dura contra a imigração ilegal na fronteira sul dos EUA. Com o grupo conservador mais forte, também são esperados novos projetos antiaborto na Casa.