Ipea eleva projeção do PIB de 2023 de 1,4% para 2,2%; estimativa para o IPCA cai para 5,1%

Para o ano, a estimativa é de alta de 1,5% no consumo das famílias, de 0,9% no consumo do governo e uma queda de 0,8% nos investimentos

Roberto de Lira

(Getty Images)

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reviu para cima sua a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2023, dos 1,4% estimados em março para 2,2%. A projeção para 2024 foi mantida em 2%. As estimativas estão Visão Geral da Conjuntura, divulgada nesta quarta-feira (5).

O instituto atribuir a revisão ao “desempenho excepcional do PIB agropecuário” no primeiro trimestre, assim como à resiliência dos indicadores de mercado de trabalho. O dado no trimestre inicial de 2023 foi de 1,9% na comparação com o quarto trimestre do ano passado e de 4% ante o primeiro trimestre de 2022. O Ipea esperava altas de 1,2% na margem e de 2,7% na comparação interanual.

Segundo o Ipea, a revisão da expectativa de crescimento do PIB está diretamente relacionada ao movimento observado na demanda agregada. “A expansão da demanda externa pelas commodities brasileiras foi motivada pela reabertura econômica chinesa e pela resiliência das economias ocidentais ao ciclo de aperto monetário”, diz nota do instituto.

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De acordo com a análise, a demanda interna sofre a influência de duas forças distintas que vão em direções opostas. “De um lado, o que pressiona para baixo é a manutenção por período prolongado de taxas de juros elevadas por parte da autoridade monetária, alcançando o valor médio anualizado de 45% no mercado de crédito. Por outro, o que direciona para cima são medidas fiscais que permitem a sustentação da renda das famílias, assim como a elevação da demanda pública, tanto do consumo do governo como dos investimentos públicos.”

Para o ano, a estimativa é de alta de 1,5% no consumo das famílias, 0,9% no consumo do governo e uma queda de 0,8% para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).

Para a inflação, as previsões foram reduzidas de 5,6% para 5,1% em 2023. Os pesquisadores vislumbram um cenário de desinflação. “A normalização das cadeias globais de suprimento, a dissipação dos efeitos iniciais causados pela guerra na Ucrânia, o clima favorável no inverno do hemisfério norte e os efeitos do aperto monetário pelo Federal Reserve provocaram uma queda nas cotações de ativos de risco e, consequentemente, nos preços das commodities. Para o restante do ano, a perspectiva é de estabilidade.”