IPCA de fevereiro acelera para 0,83%, puxado pelos preços da educação, diz IBGE

Inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,50%; dados ficaram acima do esperado, pois o consenso LSEG de analistas estimava inflação de 0,78% na comparação mensal e de 4,44% em 12 meses

Roberto de Lira

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial do País, acelerou para 0,83% em fevereiro, após subir 0,42% em janeiro, informou nesta terça-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 1,25% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%. Em fevereiro de 2023, a variação havia sido de 0,84%. 

Os dados ficaram acima do esperado, pois o consenso LSEG de analistas estimava inflação de 0,78% na comparação mensal e de 4,44% em 12 meses.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete tiveram alta em fevereiro. Mas a inflação foi influenciada especialmente pelo aumento de 4,98% do grupo Educação. Com esse resultado, esses preços também exerceram o maior impacto sobre o índice do mês (0,29 ponto percentual).

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Segundo André Almeida, gerente da pesquisa, a maior contribuição nesse grupo veio dos cursos regulares (6,13%). “Esse resultado se deve aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo”, explica em nota.

As maiores altas nos preços vieram do ensino médio (8,51%), do ensino fundamental (8,24%), da pré-escola (8,05%) e da creche (6,03%). Também houve aumento na inflação do curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%).

Alimentos

No mês, os preços do grupo Alimentação e bebidas aumentaram 0,95%, impactando em 0,20 p.p. o IPCA de fevereiro.

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Na alimentação no domicílio, a alta foi de 1,12%, com influência dos aumentos de preços da cebola (7,37%), da batata-inglesa (6,79%), das frutas (3,74%), do arroz (3,69%) e do leite longa vida (3,49%). “Neste caso, houve influência do clima, por conta de temperaturas mais elevadas e um maior volume de chuvas”, justifica André.

Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,49%, acelerando em relação ao mês de janeiro, quando registrou inflação de 0,25%. O subitem refeição foi outro cujos preços aceleraram: 0,67% em fevereiro contra 0,17% em janeiro. Já o lanche fechou em 0,25%, desacelerando em relação ao mês anterior (0,32%).

Transportes

A inflação de fevereiro também foi pressionada pelo grupo Transportes, com alta de 0,72% e impacto de 0,15 p.p. no total do IPCA. As passagens áreas tiveram o maior impacto negativo (-0,09 p.p.) de todo o índice, com queda de 10,71%. Mas  todos os combustíveis pesquisados tiveram alta: etanol (4,52%), gás veicular (0,22%), óleo diesel (0,14%) e, principalmente, gasolina (2,93%).

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Ainda em Transportes, também foi observado alta no subitem táxi (0,64%) e ônibus urbano (1,91%).

Habitação

No grupo Habitação (0,27%), destacam-se a alta da taxa de água e esgoto (0,11%) e a queda em gás encanado (-1,40%). Já em Comunicação, com inflação de 1,56%, o resultado foi pressionado pelas altas de tv por assinatura (4,02%) e do combo de telefonia, internet e tv por assinatura (3,29%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,81% em fevereiro, também acima do registrado no mês anterior (0,57%). No ano, o INPC acumula alta de 1,38% e, nos últimos 12 meses, de 3,86%, acima do observado nos 12 meses imediatamente anteriores (3,82%). Em fevereiro de 2023, a taxa foi de 0,77%.

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Nessa leitura, os produtos alimentícios tiveram variação de 0,95% enquanto os não alimentícios registraram 0,77%. Todas as áreas registraram alta, com a maior variação em Aracaju (1,01%), influenciada pela alta da gasolina (10,45%), e a menor variação em Goiânia (0,51%), puxada pelas quedas da passagem aérea (-23,75%) e das carnes (-1,40%).