IPCA-15 volta a desacelerar em maio, para 0,51%, diz IBGE; projeção era de 0,64%

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,07%, abaixo dos 4,16% observados nos 12 meses até abril

Roberto de Lira

(Getty Images)

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do País, teve alta de 0,51% em maio, informou nesta quinta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado ficou abaixo da estimativa dos analistas do mercado financeiro, uma vez que o consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,64% no mês.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,07%, abaixo dos 4,16% observados nos 12 meses até abril. Nessa leitura, o consenso dos analistas estava em 4,20%. No ano, a inflação é de 3,12%

O dado manteve  a tendência de desaceleração no ano, após ter alcançado 0,76% em fevereiro, 0,69% em março, e 0,57% em abril

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Em maio de 2022, o IPCA-15 tinha ficado em 0,59%.

Segundo o IBGE, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram inflação no mês de maio.

Com contribuição de 0,20 ponto percentual no resultado do mês, as maiores influências para o IPCA-15 vieram dos grupos Alimentação e Bebidas, com aceleração de 0,04% para 0,94% entre abril e maio, e Saúde e Cuidados Pessoais (1,49%).

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Alimentos e Saúde

A variação de Alimentos e Bebidas foi puxada puxados pela alta na alimentação no domicílio (1,02%), com o leite longa vida (6,03%) exercendo o maior impacto positivo no mês (0,05 p.p.), além de altas nos preços do tomate (18,82%), da batata-inglesa (6,60%) e do queijo (2,42%). No lado das quedas, os destaques foram o óleo de soja (-4,13%) e as frutas (-1,52%).

A alimentação fora do domicílio passou de 0,55% em abril para 0,73% em maio. O lanche avançou de 0,82% em abril para 1,08% em maio, enquanto a refeição (0,46%) registrou resultado inferior ao do mês anterior (0,52%).

No Grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, que também teve influência de 0,20 p.p. no indicador de maio, os produtos farmacêuticos se destacaram, com alta de 2,68%, após autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março. Os itens de higiene pessoal tiveram aceleração de 0,35% em abril para 1,38% em maio, motivados, principalmente, pelos perfumes (2,21%).

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No aumento de 0,43% do grupo Habitação, destaca-se a alta da energia elétrica residencial (0,51%), devido a reajustes aplicados em três áreas de abrangência do índice: em Salvador (5,82%), onde houve reajuste de 8,28% a partir de 22 de abril; em Fortaleza (2,20%), onde o reajuste de 4,85% foi aplicado a partir da mesma data; e em Recife (0,05%), onde o reajuste de 8,33% teve vigência a partir de 14 de maio.

A alta de 1,24% na taxa de água e esgoto pode ser entendida pelos reajustes aplicados em três áreas: de 7,02% em Goiânia (7,02%), a partir de 1º de abril, e que não havia sido incorporado no IPCA-15 de abril; de 11,20% em Recife (6,31%), a partir de 28 de abril; e 9,56% em São Paulo (1,79%), a partir de 10 de maio.

Já a variação de gás encanado (0,83%) é explicada pela apropriação residual do reajuste tarifário e pela mudança na forma de cobrança em Curitiba (6,80%), a partir de 1º de fevereiro, e que não havia sido incorporada no IPCA-15 de março. Além disso, houve redução tarifária de 0,59% no Rio de Janeiro (-0,27%), a partir de 1º de maio.

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Também registraram variação positiva no mês os grupos de Despesas pessoais (0,40%), Vestuário (0,35%), Educação (0,07%) e Comunicação (0,02%).

Transportes

No grupo Transportes (-0,04%), a variação negativa foi puxada pela queda de 17,26% nos preços das passagens aéreas, maior influência negativa em maio (0,12 p.p.), após alta de 11,96% em abril. Nos combustíveis (0,12%), houve queda nos preços do óleo diesel (-2,76%), do gás veicular (-0,44%) e da gasolina (-0,21%), enquanto o etanol subiu 3,62%.

Ainda em Transportes, as tarifas de metrô (1,97%) sofreram reajuste de 6,15% no Rio de Janeiro (5,67%), a partir do dia 12 de abril. A alta de 2,71% em ônibus urbano deve-se aos reajustes de 33,33% em Belo Horizonte (24,00%), a partir de 23 de abril, e de 15,75% em Fortaleza (1,38%), a partir de 19 de março.

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O grupo Artigos de residência registrou queda de 0,28% em maio, após alta de 0,07% em abril. Os itens de TV, som e informática caíram 1,44%, influenciados pelos televisores (-2,21%). Já os eletrodomésticos e equipamentos (-0,92%) foram puxados pelas quedas do refrigerador (-1,37%) e da máquina de lavar roupa (-1,09%).

Análise regional

Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em maio. A maior variação foi registrada em Belo Horizonte (0,90%). A principal contribuição para o resultado veio do ônibus urbano, com alta de 24,00%. Já a menor variação foi observada em Recife (0,19%), influenciada pelas quedas de 18,25% nas passagens aéreas e de 3,46% na gasolina.