IPCA-15 sobe 0,28% em agosto, puxado por energia elétrica, diz IBGE

Indicador vinha de deflação de 0,07% em julho; dado de agosto veio acima da estimativa dos analistas, que era de alta de 0,17%

Roberto de Lira

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do País, subiu 0,28% em agosto, após ter mostrado deflação de -0,07% em julho, informou nesta sexta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação divulgada foi maior que a estimativa feita por analistas do mercado financeiro, que previam inflação de 0,17% no mês.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,24%, ante 3,19% observados nos 12 meses até junho. Para essa leitura, o consenso dos analistas estava em 4,13%. No ano, o indicador acumula alta de 3,38%.

Segundo o IBGE, o principal impacto para o resultado do mês veio do setor de habitação, especialmente por conta da alta da energia elétrica.

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Habitação

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em agosto. Em Habitação (1,08%), o maior impacto veio da alta da energia elétrica residencial (4,59% e 0,18 p.p.), influenciada pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês anterior.

Reajustes também foram aplicados em três áreas de abrangência do índice: em Curitiba (9,68%), onde o reajuste de 10,66% teve vigência a partir de 24 de junho; em Porto Alegre (5,44%), com reajuste de 2,92% a partir de 19 de junho, em uma das concessionárias pesquisadas; e em São Paulo (4,21%), onde o reajuste de -1,13% foi aplicado a partir de 4 de julho, em uma das concessionárias pesquisadas.

Ainda no grupo Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (0,20%) foi explicada pelos reajustes de 3,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (0,93%), a partir de 1º de julho, e de 5,02% em Brasília (2,20%), a partir de 1º de agosto.

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Por sua vez, a queda em gás encanado (-0,31%) foi fruto de reduções tarifárias em duas áreas de abrangência: no Rio de Janeiro (-0,65%), redução média de 1,70%, a partir de 1º de agosto; e em Curitiba (-0,77%), redução de 2,23%, a partir de 4 de agosto.

A alta em Saúde e cuidados pessoais (0,81%) foi atribuída aos itens de higiene pessoal, que passaram de -0,71% em julho para 1,59% em agosto. Os preços dos produtos para pele (8,57%) e dos perfumes (2,94%) subiram, após queda de 4,32% e 1,90% em julho, respectivamente.

Em Educação (0,71%), os cursos regulares subiram 0,74% principalmente por conta dos subitens creche (1,91%) e ensino superior (1,12%). A alta dos cursos diversos (0,06%) foi influenciada pelos cursos preparatórios (1,22%) e cursos de idiomas (0,14%).

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Também registraram variação positiva no mês os grupos Despesas Pessoais (0,60%), Transportes (0,23%), Comunicação (0,04%) e Artigos de residência (0,01%).

Alimentos

A queda do grupo Alimentação e bebidas (-0,65%) foi motivada, principalmente, pela deflação da alimentação no domicílio (-0,99%), que já havia registrado recuo nos dois últimos meses. Destacaram-se as quedas da batata-inglesa (-12,68%), do tomate (-5,60%), do frango em pedaços (-3,66%), do leite longa vida (-2,40%) e das carnes (-1,44%). No lado das altas, as frutas (1,42%) subiram de preço.

A alimentação fora do domicílio (0,22%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,46%), em virtude do recuo do lanche (1,02% em julho para 0,14% em agosto). Já a refeição (0,35%) acelerou na comparação com o resultado de julho (0,17%).

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Regiões

Quanto aos índices regionais, somente uma área apresentou variação negativa em agosto. A menor variação ocorreu em Belo Horizonte (-0,18%), cujo resultado foi influenciado pela queda de ônibus urbano (-20,91%). Já a maior variação foi registrada em Fortaleza (0,73%), por conta da alta da gasolina (5,92%) e da energia elétrica residencial (3,23%).