IPCA-15 desacelera novamente, para 0,57% em abril, diz IBGE; projeção era de 0,61%

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,16%, abaixo dos 5,36% observados até março; projeção era de 4,20%

Roberto de Lira

Publicidade

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do País, subiu 0,57% em abril, mantendo a tendência de desaceleração após ter alcançado 0,76% em fevereiro e 0,69% em março, informou nesta quarta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado ficou abaixo da estimativa dos analistas do mercado financeiro, uma vez que o consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,61%

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,16%, abaixo dos 5,36% observados nos 12 meses até março. Nessa leitura, o consenso dos analistas estava em 4,20%.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Em abril de 2022, o IPCA-15 foi de 1,73%.

Segundo o IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram inflação no mês de abril.

Transportes

A maior variação (+1,44%) e o maior impacto no índice do mês (0,29 p.p.) vieram dos Transportes, mas a variação foi menor que os 1,50% de março. Na sequência, contribuíram com o resultado do mês os grupos Saúde e cuidados pessoais (+1,04%) e Habitação (+0,48%), com impactos de 0,14 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente.

Continua depois da publicidade

Assim como em março, a alta do grupo Transportes foi puxada pelo aumento nos preços da gasolina (+3,47%), subitem que contribuiu com o maior impacto individual no IPCA-15 de abril (0,17 p.p.).

Além disso, também houve alta nos preços do etanol (+1,10%), que já haviam subido 1,96% em março. Óleo diesel (-2,73%) e gás veicular (-2,17%), por sua vez, registraram queda, na contramão dos demais combustíveis (2,84%).

Outro destaque nas altas dentro do grupo Transportes foi o avanço de 11,96% nas passagens aéreas, após recuo de 5,32% em março.

Ainda em Transportes, a variação positiva de ônibus urbano (0,94%) deveu-se aos reajustes de 15,75% nas passagens em Fortaleza (14,17%), a partir de 19 de março, e de 9,09% em Curitiba (4,71%), a partir de 1º de março.

No subitem metrô (0,16%), foi destacado o reajuste de 6,15% nas tarifas, aplicado a partir de 12 de abril no Rio de Janeiro (0,46%).

Já a alta de 0,07% no subitem táxi foi consequência da apropriação residual do reajuste de 11,54% nos preços em Belo Horizonte (0,65%), em vigor desde 13 de fevereiro.

Saúde

Em Saúde e cuidados pessoais, a maior contribuição em abril (0,06 p.p.) veio dos produtos farmacêuticos (+1,86%), após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Os itens de higiene pessoal tiveram desaceleração, de 2,36% em março para 0,35% no IPCA-15 de abril, influenciados, principalmente, pelos perfumes (-1,99%).

Além disso, o item plano de saúde (1,20%) seguiu incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

Habitação

No grupo Habitação, o destaque foi a energia elétrica residencial, com alta de 0,84% e contribuição de 0,03 p.p. As variações das áreas ficaram entre -1,36% em Porto Alegre e +7,18% no Rio de Janeiro, onde foram aplicados reajustes de 7,49% e 6,00% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março.

A alta do grupo também foi influenciada pela aceleração em aluguel residencial (0,53%), que havia registrado alta de 0,15% em março.

Regiões

Regionalmente, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em abril. A maior variação foi registrada em Curitiba (0,85%). A principal contribuição para o resultado veio da gasolina, com alta de 6,40%. Já a menor variação foi observada em Belo Horizonte (0,27%), influenciada pelas quedas de 6,19% nas frutas e de 13,30% no tomate.

Alimentos e bebidas

A desaceleração no grupo Alimentação e bebidas (de +0,20% em março para 0,04% em abril), deveu-se à variação negativa da alimentação no domicílio (-0,15%).

Destacaram-se no mês as quedas nos preços da batata-inglesa (-7,31%), da cebola (-5,64%), do óleo de soja (-4,75%) e das carnes (-1,34%).

No lado das altas, o destaque foi o ovo de galinha, cujos preços subiram 4,36% em abril.

A alimentação fora do domicílio passou de 0,68% em março para 0,55% em abril. O lanche desacelerou (de 1,02% em março para 0,82% em abril), enquanto a refeição (0,52%) registrou resultado próximo ao do mês anterior (0,50%).