Inflação do Japão desacelera ainda mais e deve manter BC cauteloso sobre juros

O núcleo do índice nacional de preços ao consumidor, que exclui itens de alimentos frescos, subiu 2,2% em relação ao ano anterior, depois de ter aumentado 2,6% em março, segundo dados oficiais

Reuters

Consumidora em mercado de Tóquio - 24/03/2023 (Foto: Androniki Christodoulou/Reuters)

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Tóquio (Reuters) – O núcleo da inflação do Japão desacelerou pelo segundo mês consecutivo em abril, provavelmente sinalizando que o Banco do Japão será paciente no aumento das taxas de juros já que o consumo continua frágil.


Embora a inflação esteja se mantendo confortavelmente acima da meta de 2% do banco central, as autoridades estão ansiosas para ver se o impulso dos preços do Japão tem a marca de uma demanda interna sustentável.


O núcleo do índice nacional de preços ao consumidor, que exclui itens de alimentos frescos, subiu 2,2% em relação ao ano anterior, depois de ter aumentado 2,6% em março, segundo dados do governo divulgados nesta sexta-feira. Esse aumento correspondeu à mediana das previsões do mercado.

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Outra medida que exclui tanto os alimentos frescos quanto os custos de energia e é observada de perto pelo Banco do Japão como um indicador-chave das tendências da inflação subiu 2,4%, depois de ter aumentado 2,9% em março. Esse foi o crescimento mais lento desde setembro de 2022.


Os dados de inflação são vistos como fundamentais para novas decisões sobre aumentos de juros pelo BoJ, que quer aumentar as taxas gradualmente depois de acabar as taxas negativas em março, em uma mudança marcante de sua política monetária superfrouxa de uma década.


“O consumo fraco dificultou o aumento dos preços em abril e maio”, disse Koya Miyamae, economista sênior da SMBC Nikko Securities.

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Ele disse que o Banco da Japão precisa ver a inflação parar de esfriar antes de aumentar as taxas de juros. “Acho que um aumento em junho ou julho parece um pouco prematuro.”


O banco central afirmou que um ciclo virtuoso de alcance sustentado e estável de sua meta de preços de 2% e um forte crescimento salarial são cruciais para a normalização da política.