IGP-M mantém sequência de quedas e tem deflação de 0,14% em agosto

Indicador continuou a mostrar desaceleração em sua queda, após registrar deflação de 1,93% em junho e de 0,72% em julho

Roberto de Lira

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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) manteve em agosto a sequência de quedas e teve deflação de 0,14% em relação a julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula recuo de 5,28% no ano e queda de 7,20% em 12 meses.  O IGP-M continuou a mostrar desaceleração em sua queda, após registrar deflação de 1,93% em junho e de 0,72% em julho.

A projeção dos analistas era que índice voltasse a mostrar alta, de 0,15% na comparação, mas o IGP-M cai agora por cinco meses na sequência.

Em agosto de 2022, o índice tinha mostrado queda de 0,70%, mas acumulava alta de 8,59% em 12 meses.

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Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, tanto os produtos agropecuários como os industriais contribuíram para a taxa negativa menos intensa dos preços ao produtor no mês; Os agropecuários saíram de uma queda de -1,87% para uma alta de 0,02% e os industriais caíram 0,24%, ante -0,75% no mês anterior.

Na parte agrícola, a maior influência veio da soja (de 0,03% para 5,63%) e, do lado industrial, do óleo diesel (de 0,00% para 4,15%).

“A taxa do INCC acelerou e foi outro destaque importante a contribuir para a queda menos intensa do IGP-M, sendo a mão-de-obra (de 0,38% para 0,71%) a principal contribuição para a aceleração deste índice”, afirmou Braz, em nota.

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IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,17% em agosto, mostrando desaceleração ante a queda de 1,05% verificada em julho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 0,69% em agosto. No mês anterior, a taxa desse grupo havia caído 1,06%.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -7,71% para -0,95% no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,29% em agosto, após queda de 0,47% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários registrou nova queda, também com menor intensidade, passando de -1,19% em julho para -0,22% em agosto. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -1,13% para 3,45%.

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O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,79% em agosto, contra queda de 1,20% em julho.

O estágio das Matérias-Primas Brutas variou 0,42% em agosto, após registrar queda de 0,90% em julho. Contribuíram para a inversão da taxa do grupo os itens: soja em grão (0,03% para 5,63%), café em grão (-13,63% para -3,22%) e milho em grão (-4,95% para -0,46%).

Em sentido contrário, destacam-se os itens: minério de ferro (2,96% para -0,08%), bovinos (-0,03% para -1,59%) e suínos (3,46% para 0,91%).

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IPC

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,19% em agosto, ante deflação de 0,11% em julho. Seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.

A maior contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação passou de +1,15% para -1,19%. Nesta classe de despesa, o destaque foi o comportamento do item passagem aérea, cujo preço variou -8,72%, ante +5,88% no mês anterior.

Também tiveram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (-0,15% para        -0,93%), Transportes (0,70% para 0,14%), Despesas Diversas (0,50% para 0,00%), Vestuário (0,00% para -0,31%) e Comunicação (0,10% para 0,03%).

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Nessas classes de despesa, os destaques forma de itens como hortaliças e legumes (2,52% para -7,23%), gasolina (3,65% para 0,64%), serviços bancários (0,63% para -0,05%), roupas (-0,02% para -0,43%) e mensalidade para TV por assinatura (0,42% para 0,07%).

Em contrapartida, os grupos Habitação (-0,61% para 0,10%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,05% para 0,55%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos itens: tarifa de eletricidade residencial (-2,83% para 0,82%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,68% para 1,03%).

INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,24% em agosto, ante 0,06% em julho. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de julho para agosto: Materiais e Equipamentos (-0,26% para -0,11%), Serviços (0,77% para 0,22%) e Mão de Obra (0,38% para 0,71%).