IEA vê demanda por petróleo crescendo 2,2 milhões de barris por dia em 2023

Relatório aponta que produção de EUA e Brasil tem compensado restrições de Arábia Saudita e Rússia, que causaram volatilidade nos preços

Roberto de Lira

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A demanda mundial por petróleo continua a caminho de crescer 2,2 milhões de barris por dia em 2023, para 101,8 mb/d, liderada pela retomada do consumo chinês em relação ao ano passado e da maior procura por combustível de aviação e de matérias-primas petroquímicas. A projeção está no relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira (13).

Segundo o relatório, as restrições à produção por parte dos membros da Opep de mais de 2,5 mb/d desde o início de 2023 foram até agora compensadas por maiores ofertas de produtores fora da aliança.

As ofertas recorde dos Estados Unidos e do Brasil sustentaram um aumento de 1,9 mb/d na produção não-Opep entre janeiro e agosto, enquanto o Irã, ainda sob sanções, aumentou a produção em cerca de 600 mil barris por dia.

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No entanto, é esperado que, a partir de setembro, a queda da produção da Opep, liderada pela Arábia Saudita, conduzirá a um recuo significativa na oferta durante o quarto trimestre.

A IEA afirma que os preços do petróleo foram negociados numa faixa estreita ao longo do mês agosto, com o North Sea Dated oscilando em torno de US$ 85 por barril. Os preços subiram no final do mês e ultrapassaram os 90 dólares/barril pela primeira vez em 10 meses, exatamente após Arábia Saudita e Rússia prolongarem os cortes voluntários de produção até ao final de 2023.

Segundo o relatório, a anulação desses cortes no início de 2024 deslocaria o saldo para um excedente. Contudo, as reservas petrolíferas vão se situar em níveis desconfortavelmente baixos, aumentando o risco de outro aumento da volatilidade que não seria do interesse nem dos produtores nem dos consumidores, dado o frágil ambiente econômico.

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Os estoques globais de petróleo caíram 76,3 milhões de toneladas, atingindo o menor nível em 13 meses em agosto, liderados por um forte declínio no petróleo offshore. Os estoques não pertencentes à OCDE caíram 20,8 mb, com a maior redução registada na China, enquanto os estoques da OCDE diminuíram 3,2 mb.

Em julho, os estoques da indústria da OCDE aumentaram 26,7 mb, para 2 814 mb, mas permaneceram 102,6 mb abaixo da sua média de cinco anos.