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A alta de 0,44% na atividade econômica em julho, captada pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, divulgado nesta terça-feira (19), comprova que a economia se manteve aquecida no 2º trimestre, mesmo com o desafiador cenário contracionista de juros altos, afirmam economistas e analistas de mercado. A projeção para o segundo semestre permanece de desaceleração gradual.
João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, afirmou que o indicador, que veio ligeiramente superior à alta esperada, segue compatível com a leitura de uma atividade econômica que se mantém resiliente no 3º trimestre, a despeito do nível de aperto monetário e da dissipação dos efeitos da supersafra deste ano.
“Olhando um pouco mais à frente, continuamos com o nosso cenário base de desaceleração gradual da atividade ao longo do 2º semestre, mas em um ritmo mais lento que o consenso dos economistas vem apontando. Nossa projeção para o PIB de 2023 segue em 3,1%”, estima.
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Para Savignon, o IBC-Br do mês refletiu principalmente a alta do comércio varejista e dos serviços, enquanto a produção industrial mostrou recuo no período.
Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, destacou também a revisão para cima dos índices anteriores. O crescimento do IBC-Br no 2º trimestre, por exemplo, foi revisado de 2,6% para 3,0% na comparação com o mesmo período de 2022. “Por ora, estimamos ligeiro avanço de 0,1% para o IBC-Br em agosto ante julho e expansão de 2,0% ante agosto de 2022.”
O XP Tracker para o PIB indica ligeira queda de 0,1% no 3º trimestre comparado ao 2º trimestre e um aumento de 1,9% frente ao 3º trimestre de 2022
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“A atividade doméstica irá desacelerar gradualmente ao longo deste semestre. A dissipação do choque positivo da agricultura, sinais de moderação no mercado de trabalho e condições de crédito ainda apertadas apoiam esse prognóstico”, escreveu Margato em relatório. “Projetamos que o PIB do Brasil crescerá 2,8% em 2023”.
Para o Santander Brasil, julho foi um mês de resultados mistos para a atividade econômica. Os dados do setor terciário indicaram uma aceleração do volume de serviços, com um crescimento de 0,5% ante o ano anterior. Nas vendas no varejo ampliado, o resultado negativo de julho foi influenciado pelo fim da renúncia tributária pontual sobre veículos, enquanto a produção industrial apresentou desempenho negativo.
“Apesar da recente surpresa positiva no resultado do PIB do 2º trimestre, continuamos vendo sinais de desaceleração para a atividade ampla à frente, especialmente para segmentos mais cíclicos, devido a condições financeiras altamente restritivas”, diz o banco.
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Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, afirmou o IBC-Br trouxe uma boa notícia ao mostrar que o PIB do terceiro trimestre pode ser positivo, apesar de algumas preocupações com seu desempenho.
Paulo Gala, economista chefe do Banco Master, viu como boa notícia a confirmação de que o PIOB terceiro trimestre pode ser positivo, apesar de algumas preocupações com seu desempenho.
“No geral, as perspectivas para o crescimento econômico no Brasil são positivas, o que pode impulsionar a arrecadação e as expectativas de investimento. A agenda do dia está mais esvaziada, e agora ficamos aguardando as decisões dos bancos centrais e o que eles comunicarão amanhã.”
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Nicolas Borsoi, economista chefe da Nova Futura Investimentos, viu um dado de julho em linha com um cenário de estagnação da atividade no 2º semestre, mas ele comenta que isso não deve trazer mudanças de curto prazo para a condução da política monetária. “Não acho que seja suficiente para mover o BC para qualquer lado. Para mercado, o call de (corte) 0,75% no fim desse ano ou começo de 2024 ganha força”, afirmou.
