Haddad diz que comércio entre Brasil e EUA tende a cair ainda mais

Ministro critica tarifaço imposto por Washington, diz que encontro com secretário do Tesouro foi cancelado pelos EUA e admite clima “tenso” nas negociações

Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discursa durante cerimônia de assinatura de medida provisória que estabelece um conjunto inicial de ações para mitigar o impacto econômico da decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar as tarifas de importação de produtos brasileiros em até 50%, no Palácio do Planalto, em Brasília, 13 de agosto de 2025. REUTERS/Adriano Machado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discursa durante cerimônia de assinatura de medida provisória que estabelece um conjunto inicial de ações para mitigar o impacto econômico da decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar as tarifas de importação de produtos brasileiros em até 50%, no Palácio do Planalto, em Brasília, 13 de agosto de 2025. REUTERS/Adriano Machado

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o comércio entre Brasil e Estados Unidos tende a cair ainda mais daqui para a frente. Haddad destacou que a corrente de comércio entre os dois países representa hoje menos da metade do que foi nos anos 1980 e deve cair ainda mais, após a imposição de novas tarifas dos EUA a produtos brasileiros. “Pelo andar dos acontecimentos, eu acredito que o comércio bilateral, infelizmente, vai cair ainda mais”, disse ele, que participou de seminário em São Paulo.

Haddad também reforçou que o Brasil “fez sua parte” na mesa de negociações para reverter o quadro do tarifaço e que, para saber o que virá à frente é preciso “perguntar do lado de lá”, em referência ao governo norte-americano.

O ministro também reforçou que o cancelamento da reunião entre ele e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, partiu do governo norte-americano.

Questionado sobre se o gesto de Bessent poderia ser interpretado como uma “provocação”, Haddad respondeu que não pode cometer “deslizes” e que a situação atual já é “tensa”.

“Eu não posso cometer determinados deslizes porque já é uma situação tensa. Qual a dificuldade de tirar uma conclusão óbvia no caso desse, está tudo documentado?”, questionou o ministro, em referência à comunicação formal de Bessent primeiro convocando e depois cancelando o encontro.

Haddad também pontuou que cada país tem sua maneira de proceder mas que “nunca faria isso”. “Por mais hostil que o outro país fosse, se eu marquei um compromisso, eu cumpro”, reforçou ele.