Guerra comercial de Trump pode danificar a credibilidade dos EUA, diz Jamie Dimon

Em entrevista ao Financial Times, executivo destacou que Washington e Pequim devem buscar engajamento imediato para evitar maiores turbulências

Gabriel Garcia

Jamie Dimon, presidente e CEO do JPMorgan Chase, participa da cerimônia de colocação da viga final do novo edifício da sede global do JPMorgan Chase, localizado na 270 Park Avenue, em Nova York, EUA, em 20 de novembro de 2023. REUTERS/Brendan McDermid/Foto de Arquivo
Jamie Dimon, presidente e CEO do JPMorgan Chase, participa da cerimônia de colocação da viga final do novo edifício da sede global do JPMorgan Chase, localizado na 270 Park Avenue, em Nova York, EUA, em 20 de novembro de 2023. REUTERS/Brendan McDermid/Foto de Arquivo

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Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, expressou preocupação com os impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, afirmando que as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump podem prejudicar a credibilidade econômica do país.

Em entrevista ao Financial Times, Dimon destacou que Washington e Pequim devem buscar engajamento imediato para evitar maiores turbulências no mercado global.

O executivo ressaltou que, apesar de os Estados Unidos ainda serem vistos como um “porto seguro” devido à sua prosperidade, força militar e estabilidade jurídica, a tentativa de remodelar o comércio global pode ameaçar essa posição.

“A incerteza gerada por essas tarifas e guerras comerciais desafia a confiança no país. Precisamos resolver isso para que o mundo possa continuar confiando na América”, afirmou Dimon.

As declarações de Dimon vieram após o anúncio de Trump, em 2 de abril, sobre tarifas “recíprocas” que desencadearam volatilidade nos mercados financeiros. Investidores reagiram com cautela, retirando recursos de títulos do governo dos EUA, o que levou a um aumento significativo nos rendimentos de 10 anos.

Dimon classificou os movimentos do mercado como “desordenados”, mas destacou que a maioria dos mercados permaneceu estável.

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Dimon também defendeu uma abordagem mais colaborativa na política comercial dos EUA, sugerindo que o país negocie com aliados como Europa, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e Austrália para fortalecer relações econômicas.

Ele enfatizou que a clareza nos objetivos e a cooperação internacional são essenciais para evitar impactos negativos prolongados.

Além de suas críticas à política comercial de Trump, Dimon abordou questões sobre liderança corporativa e sua sucessão no JPMorgan.

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Ele destacou que características como coragem, curiosidade e capacidade serão fundamentais para seu sucessor, enquanto descartou qualquer possibilidade de uma candidatura presidencial no futuro.