Gregos mostram ao mundo como combater surto do coronavírus

Autoridades da Grécia dão crédito à preparação e a uma população disciplinada

Bloomberg

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(Bloomberg) — Ridicularizada por parceiros europeus como uma criança problemática durante a crise financeira do país que durou uma década, a Grécia agora serve de exemplo para o mundo, com uma resposta rápida à epidemia de coronavírus.

O país, com cerca de 11 milhões de habitantes, tinha 2.207 casos confirmados e 105 mortes até quinta-feira, uma fração do número per capita na Itália, Espanha e França, que juntas registram 58 mil mortes. A situação na Grécia está mais próxima do surto na Alemanha, outro país elogiado pela resposta responsável e eficaz ao vírus.

Autoridades da Grécia dão crédito à preparação e a uma população disciplinada. O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis pediu às autoridades um plano de resposta ao vírus em janeiro. Ele elogiou o amplo cumprimento das medidas de confinamento em um discurso à nação nesta semana, dizendo que “a menor trégua pode levar a uma regressão dolorosa”.

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As primeiras medidas para proteger o sistema de saúde da Grécia incluíram a criação de um comitê de doenças infecciosas, controles nos aeroportos e portos, medidas para informar a população e estreita comunicação com organismos europeus e mundiais de saúde, disse o ministro da Saúde, Vassilis Kikilias, em comunicado à Bloomberg.

“A eliminação gradual das medidas não será incondicional, mas sim com condições, para que não corramos o risco de uma segunda onda se espalhar”, disse Kikilias.

Mitsotakis, cujo índice de aprovação aumentou durante a crise, ordenou o fechamento de escolas e universidades em 10 de março, apenas 13 dias após a Grécia confirmar o primeiro caso de coronavírus.

Depois que a Grécia registrou a primeira morte em 12 de março, o governo fechou empresas como cinemas, academias, clubes, bares e restaurantes em quatro dias. O confinamento, incluindo a proibição de deslocamentos não essenciais, ocorreu uma semana depois. Além de evitar a taxa de casos confirmados observados nos países mais atingidos da Europa, a Grécia também tem menos vítimas de coronavírus do que vários países da União Europeia com populações semelhantes.

Mitsotakis ordenou que um plano de combate ao vírus estivesse pronto no início de fevereiro e que foi ativado imediatamente após o primeiro caso de coronavírus, disse por telefone o vice-ministro da Proteção ao Cidadão, Nikos Hardalias. Isso controlou a propagação do vírus desde o início, disse.

O próximo desafio será manter a disciplina durante o feriado da Páscoa ortodoxa, que começa na sexta-feira. Por enquanto, o confinamento da Grécia está em vigor até 27 de abril.

O governo trabalha em um plano para voltar à normalidade, uma mudança que “será gradual e longa, e não automática”, disse Stelios Petsas, um porta-voz do governo, a repórteres na quinta-feira. “Os gregos sabem que esta Páscoa será diferente.”

Bola de neve

Hardalias disse que as autoridades aderiram aos procedimentos e protocolos já a partir do primeiro caso.

“Também temos um sistema de rastreamento muito forte e uma plataforma para monitorar todos que estão em quarentena”, disse. Em determinado momento, cerca de 29 mil pessoas estavam sendo monitoradas.

O que ajudou foi tratar cada caso de coronavírus como um pequeno círculo da epidemia e tentar isolá-lo, para que esses círculos não “se conectassem ou se cruzassem”, disse Hardalias.

Um outro caminho, disse, teria causado “um efeito bola de neve, levando a uma situação fora de controle”.

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