Governo de SP vai dobrar produção de vacina contra coronavírus feita pelo Instituto Butantan

João Doria também afirmou que o estado foi procurado por países vizinhos interessados em obter informações sobre a vacina

Equipe InfoMoney

(Michaela Dusikova/Getty Images)

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SÃO PAULO – O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta quarta-feira (29) que o Instituto Butantan pretende dobrar a capacidade de produção da vacina contra o Sars-Cov-2, produzida em parceria com a chinesa Sinovac Biotech, de 60 milhões para 120 milhões de doses.

Com o sucesso no desenvolvimento dos testes em humanos, Doria pontuou que o Instituto tem sido procurado por países vizinhos. “Estamos sendo procurados por instituições médicas de governo e privadas interessadas em obter informações sobre a produção da vacina, o que aumenta a esperança de poder atender países do nosso continente”, disse.

Durante a coletiva, Doria também revelou que se reuniu com mais de 200 empresários na manhã desta quarta (29) com o objetivo de conseguir doações com a iniciativa privada para ampliar a produção da CoronaVac, que será aplicada em duas doses.

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“Essa foi a segunda reunião para este objetivo e nós já conseguimos um compromisso de R$ 96 milhões dos R$ 130 milhões que representam a meta para dobrar a produção da Coronavac no Instituto Butantan”, informou Doria.

A fase três dos testes está sendo coordenada pelo instituto e envolve 9 mil profissionais de saúde, que se voluntariaram para receber as doses da vacina em 12 centros espalhados pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal. A previsão é que os resultados fiquem prontos entre o final de outubro e início de novembro.

O governador já havia informado nesta semana que a vacina desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Butantan poderá ser distribuída em larga escala para a população brasileira já a partir de janeiro.

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Ações de enfrentamento

Ampliando a rede de enfrentamento contra o coronavírus, o Instituto Butantan, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, iniciou um programa de testagem em comunidades quilombolas do estado.

O quilombo de Peropava, localizada no Vale do Ribeira, foi a primeira comunidade quilombola a receber a ação de testagem para diagnóstico do novo coronavírus. Além dos testes rápidos, o governo também vai distribuir cestas básicas, itens de proteção individual, como máscaras e álcool em gel, além de cobertores para as famílias da localidade.

“A meta é chegarmos a 233 mil testes em pessoas de populações vulneráveis no estado de São Paulo, incluindo indígenas, quilombolas, moradores de comunidades carentes, idosos, moradores de abrigos, além daqueles que já foram testados, que são servidores públicos em contato direto com a população, como a comunidade médica e profissionais de segurança pública”, disse Doria.

O estado aumentou em 500% a capacidade de testagem de abril a junho – uma média de 28.500 testes por dia, de acordo com os dados divulgados na coletiva desta quarta-feira no Palácio dos Bandeirantes. A meta do governo é cobrir integralmente as comunidades indígenas e quilombolas nos próximos 20 dias.

“Estamos trabalhando preventivamente, identificando as pessoas que já foram infectadas e as que estão infectadas e tomando as medidas que a situação exige, porque são populações que vivem em pequenas comunidades, com dificuldade de isolamento e acesso aos recursos de saúde”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Casos em SP

O estado ultrapassou hoje a marca de mais de meio milhão de casos confirmados de Covid-19. A nova atualização da Secretaria da Saúde aponta que São Paulo possui 514.197 casos confirmados e 22.389 óbitos em decorrência da doença.

Durante a coletiva, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que a média móvel diária de casos de coronavírus no estado cresceu, mas defendeu a recente mudança feita no Plano São Paulo, que permite que regiões com taxa de ocupação abaixo dos 75% nos leitos de UTI para Covid-19 entrem na fase verde (4). Antes, o índice previsto para que as regiões avançassem para a fase era de ocupação inferior a 60%.

“A recalibragem do Plano São Paulo não afrouxa regras, ela torna as mudanças de fases mais seguras e restritivas”, pontuou.