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SÃO PAULO – A farmacêutica Pfizer vai entregar 14 milhões de doses de sua vacina contra Covid-19, produzida em parceria com o laboratório alemão BioNTech, ao Brasil até junho de 2021.
As informações foram dadas pelo assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, em conversa com a imprensa no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (8), após videoconferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com representantes da companhia.
O movimento representa a antecipação da entrega de 5 milhões de doses. Os imunizantes estavam previstos para o segundo semestre, mas agora ficaram para os meses de maio e junho, somando-se às 9 milhões de doses já previstas para o período (2 milhões em maio e 7 milhões em junho).
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O Brasil negocia com a Pfizer um total de 99 milhões de doses até o fim do ano e tenta antecipar os prazos, em meio ao recrudescimento da crise sanitária, com explosão de casos e óbitos provocados pela doença e um pico de internações em unidades de saúde de todo o país.
“A [entrega da] grande maioria das vacinas da Pfizer estava [prevista] em outubro, novembro e dezembro. O presidente fará esforço para que seja antecipado do último trimestre para o terceiro trimestre”, disse Soligo.
O imunizante é o único com registro definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não foi aplicado pelo Programa Nacional de Imunização. Por enquanto, o Brasil só conta com as vacinas CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e Oxford/AstraZeneca, em parceria local com a Fundação Oswaldo Cruz.
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O ministro Paulo Guedes (Economia) também conversou com os jornalistas no Palácio do Planalto e disse que o Brasil obteve “praticamente uma declaração de que o acordo está fechado” com a Pfizer. O contrato, porém, ainda não foi assinado. “Esse foi o acordo entre o presidente da República e o presidente da Pfizer [Albert Bourla]. Está fechado. Agora eles vão escrever, assinar”, disse.
À imprensa, Guedes afirmou que a produção da farmacêutica deve aumentar de 1,5 milhão de doses diárias para 5 milhões, o que permitirá a antecipação do calendário de entrega para o Brasil e outros países. A evolução das negociações ocorre mais de um mês após o início da campanha de vacinação no país.
Diante das críticas de atraso nas negociações com as farmacêuticas e lentidão na campanha de vacinação, o chefe da equipe econômica disse que a imunização da população é a prioridade do governo. “A vacinação em massa é a primeira prioridade do governo”, disse. “Vamos vacinar e manter a economia em movimento”, acrescentou.
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Após a entrega das 14 milhões de doses, o laboratório deve disponibilizar pelo menos mais 10 milhões de doses por mês de julho a outubro, disse Soligo.
O encontro de Bolsonaro com representantes da Pfizer não constava na agenda presidencial e foi visto como uma resposta do mandatário às críticas dirigidas ao governo federal no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Ontem (7), o Brasil registrou 1.054 novas mortes provocadas pela doença, e, pelo nono dia seguido, manteve recorde na média móvel de óbitos em sete dias, com 1.497 registros. Desde o início da pandemia, 265.500 brasileiros morreram de Covid-19. Foram registrados 11.018.557 casos.
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O InfoMoney entrou em contato com a Pfizer, que não confirmou as falas de Paulo Guedes e nem o acordo para as 14 milhões de doses. Veja o comunicado na íntegra:
“Com relação à reunião realizada entre o Excelentíssimo Senhor Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o Presidente Mundial da Pfizer, Albert Bourla, a Pfizer informa:
Ao longo do encontro, o CEO da Pfizer reiterou o compromisso da companhia com o Brasil. Albert Bourla reforçou que a Pfizer considera o país um dos parceiros mais valiosos e importantes globalmente, e que a Pfizer espera seguir avançando para o fornecimento de sua vacina contra a COVID-19 para apoiar o Governo Brasileiro na preservação da saúde da população brasileira.
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O CEO também comentou que a Pfizer e a BioNTech estão firmemente comprometidas com o acesso equitativo às vacinas COVID-19 para pessoas em todo o mundo.”
Vacinação no Brasil
A vacina contra Covid-19 da Pfizer, desenvolvida em conjunto com o laboratório alemão BioNTech, está sendo aplicada nos Estados Unidos e no Reino Unido desde dezembro, além de ser o imunizante mais usado em Israel.
Considerado um dos imunizantes de maior eficácia no mundo até o momento, a vacina enfrentava a resistência do governo em razão de cláusulas que previam a transferência de responsabilidade. Mesmo assim, o imunizante da Pfizer/BioNTech foi o único a obter um registro definitivo dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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O país usa por enquanto as vacinas CoronaVac (produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac) e Oxford/Astrazeneca (produzida pela universidade e farmacêutica britânicas, em parceria local com a Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz). As duas receberam a aprovação da Anvisa para uso emergencial, não para registro definitivo.
Questionado sobre atrasos nas negociações com a Pfizer, Soligo afirmou que o acordo anterior não pôde ser fechado por conta de cláusulas contratuais, sem entrar em detalhes. No último domingo (7), o jornal Folha de S.Paulo revelou que, em 2019, o governo brasileiro recusou proposta da Pfizer que previa entrega de 70 milhões de vacinas até dezembro deste ano, sendo 3 milhões até fevereiro.
Aos jornalistas, Soligo disse que, caso o acordo tivesse sido firmado, o Brasil teria recebido 500 mil doses em janeiro, 500 mil doses em fevereiro e 1 milhão em março. Ele argumentou que o montante foi “incorporado” com a antecipação das entregas para maio e junho. O governo ainda não recebeu doses da Pfizer.
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